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Nascimento mostra vigor em disputa de bola com o atacante Rafael Moura em partida do Paranaense | Rodolfo Bührer / Gazeta do Povo
Nascimento mostra vigor em disputa de bola com o atacante Rafael Moura em partida do Paranaense| Foto: Rodolfo Bührer / Gazeta do Povo
  • Jogador acredita que experiência e

Um dos principais volantes do futebol paranaense do final dos anos 90 até meados dos anos 2000, Reginaldo Nascimento foi sinônimo de "capitão". No Coritiba, time no qual praticamente construiu sua carreira, atuou sempre como um líder e conquistou três títulos do Campeonato Paranaense (em oito de atuação com a camisa Alviverde). Por essa experiência – no alto de seus 35 anos de idade – ele pode ser considerado um dos jogadores mais experientes na competição estadual ainda em atividade.

Com o objetivo de se servir dessa experiência e liderança é que o Rio Branco de Paranaguá subiu a serra e veio procurar por Nascimento no Campeonato Amador de Curitiba. Jogador do Trieste desde que anunciou sua aposentadoria dos campos profissionais e virou oficialmente um atleta amador (com registro novo na Federação Paranaense de Futebol), o jogador foi surpreendido pelo interesse do Leão da Estradinha.

"Pois eu tinha parado realmente, mas o pessoal do Rio Branco me procurou e acham que ainda tenho condições de jogar profissionalmente. Conversamos sobre essa possibilidade e me dispus a realizar a pré-temporada junto com a equipe. No final, se chegarmos à conclusão de que tenho condições, jogarei com o maior prazer e a dedicação de sempre", disse, por telefone, à Gazeta do Povo.

Feliz com a oportunidade, Nascimento dá risada quando é chamado de ex-aposentado. Mas confessa que já tinha decidido pendurar as chuteiras profissionais quando o novo convite surgiu. "Com 35 anos essa mulecada nem me respeita mais (risos). Estou no meio de um período de transição. Comecei a me interessar por trabalhar em outras funções, fiz alguns cursos para treinador e já estava pensando no futuro. Mas a gente fica meio perdido nessa hora", comentou.

A paixão pelo futebol falou mais alto. "Quando pensei em me aposentar, achei que nunca mais iria querer jogar nem uma pelada. Mas uns dias depois, para fugir do estresse, você se vê chutando uma bola e rindo à toa. Para mim é sempre um prazer jogar bola. Não dá para desvincular do futebol", afirmou. Essa vontade de ficar perto da bola que levou Nascimento a vestir a camisa do Trieste, time amador de Curitiba, que decide o campeonato local neste fim de semana contra o Santa Quitéria (seu time foi derrotado na primeira partida).

Este compromisso assumido com o clube amador de Curitiba, inclusive, vai retardar um pouco a apresentação de Nascimento no Rio Branco. "O pessoal do Trieste me recebeu bem demais e tenho um compromisso com eles de ficar até o fim. Se vencermos o segundo jogo (neste fim de semana) teremos ainda uma terceira partida na próxima semana. Se tudo der certo, me apresento em Paranaguá no dia seguinte".

Liderança paternal

Por onde passou Nascimento foi um líder em campo. Durante muitos anos vestiu a braçadeira de capitão do Coritiba e se orgulha de ter colocado muito "piá no caminho do bem". "Sempre fui meio paizão, mesmo quando eu tinha pouca idade. O treinador tem a função de ser mais linha dura, de dar bronca. Mas eu tive alguém que fez isso por mim aos 16 anos e tentei passar coisas boas para os jovens dos grupos em que trabalhei. Minha liderança é amigável".

Sua última experiência como profissional, no Iraty (no Paranaense do ano passado) foi uma lição de vida, segundo o volante. Lá encontrou muitos jovens que não queriam nada com nada, mas mesmo assim tentou passar um pouco de seus conhecimentos para eles.

"Você planta coisas bacanas e depois acaba colhendo. A nossa fama – boa ou ruim – corre e as pessoas começam a te ouvir, a acreditar. No Iraty foi muito bom de se jogar, mas tinha muito menino rebelde, que não ouve nada. Acham que são os donos da verdade. Mas a gente já viveu muitas experiências, se não comigo, com outros, de jogadores que são sensacionais, mas que não vingam pelo mau comportamento. Graças a Deus consegui que muitos me ouvissem".

Paranaense renovado

A nova fórmula do Campeonato Paranaense deixou o veterano Reginaldo Nascimento empolgado. "O Paranaense vai ser muito bacana para os times do interior. Pela primeira vez em anos os times menores terão a chance de poder errar. Isso fará com que o campeonato fique muito mais forte", comentou.

Nascimento comentou também do apoio que recebeu do técnico Saulo de Freitas e da expectativa que existe na cidade para a montagem de um grande time. "Falei com o Saulo e ele ta apostando muito na gente. Ele já trabalhou em outras vezes lá e garantiu que querem um time competitivo. Falei para eles que isso seria uma condição para eu aceitar, ou seja, um time forte e que possa brigar. Não quero passar vergonha (risos)", concluiu.

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