A prefeitura de Curitiba desistiu de construir o Corredor da Cândido de Abreu. Ainda não iniciada e com orçamento cinco vezes mais caro, a obra integrava o PAC da Copa. A decisão foi anunciada ontem pelo presidente do Instituto de Pesquisa e Planejamento Ur­­bano de Curitiba (Ippuc), Sérgio Pires.

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A medida havia sido ventilada em janeiro e confirmada ontem após reunião entre técnicos do Ippuc e o secretário da Copa e de Urbanismo da capital, Reginaldo Cordeiro, com membros da Comissão da Copa da Câmara. Os vereadores solicitaram o encontro para obterem informações sobre as obras na cidade.

Prevista para ser concluí­­da em setembro de 2012, a execução do Corredor da Cân­­­­dido de Abreu nem sequer saiu do papel. Para agravar o cenário, os custos subiram 500%. Inicialmente a empreitada consumiria R$ 5,1 mi­­lhões para a readequação da via com a criação de um canteiro central entre o Passeio Público e a Praça Nossa Senhora de Salette, no Centro Cí­­vico.

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De acordo com relatório do Tribunal de Contas do Estado (TC-PR) divulgado em setembro do ano passado, o valor já havia saltado para R$ 14,2 milhões – ou 179% a mais. Porém, uma nova avaliação, com o acréscimo de outras melhorias, elevou os custos para R$ 26 milhões.

"Houve um aumento nos valores e a contrapartida da pre­­feitura cresceu demais. Inicialmente, o município iria gastar R$ 250 mil e a Caixa financiaria o restante. Agora, gastar R$ 21 milhões [dos R$ 26 mi totais] para cerca de 900 metros de obra nos fez pensar 20 vezes", justificou Pires.

Em dezembro, o governo do estado havia pedido a retirada do Cor­­redor Metropolitano da ma­­triz de responsabilidades para o Mundial. Orçada em R$ 130,7 milhões, a obra consumiria R$ 505 milhões para a construção de um trecho de 79 quilômetros entre Colombo e Araucária. O estado é responsável por outros quatro projetos do PAC da Copa.

O presidente do Ippuc admitiu ainda que outras seis obras a cargo do munícipio estão atrasadas. "Gostaria de dizer que não, mas estão. Agora serão aceleradas. Vamos entregar a tempo, pois há risco de multa e de devolução do dinheiro", comentou Pires. O prazo de entrega é 30 de abril de 2014. De acordo com o TC-PR, além da lentidão, houve acréscimo nos valores. "Houve atraso no pagamento de algumas obras na outra gestão. Projetos não foram bem detalhados, ficaram mais caros e demoraram para começar", reforçou Reginaldo Cordeiro.

Paralisada no ano passado, a Linha Verde Sul passa por no­­va licitação, pois a empresa executora desistiu da emprei­­tada. O Corredor Marechal Flo­­riano também está em fase de licitação para alargamento do viaduto do Boqueirão. A refor­­ma da Rodoferroviária, do Terminal Santa Cândida, da Avenida das Torres e o Sistema Integrado de Monitoramento completam o pacote de preparação municipal para a Copa.

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