O único brasileiro a participar do Campeonato Mundial de Turismo da FIA, o WTCC, é paranaense. O curitibano Augusto Farfus Júnior, 23 anos, já foi campeão europeu de Fórmula Renault e Fórmula 3000, e só não obteve o título na atual categoria porque na última etapa do ano passado se envolveu em um acidente e acabou fora da prova. Mesmo líder, estava com um carro inferior, teve de forçar, mas, admite, acabou ultrapassando o limite.
O terceiro lugar no campeonato em seu ano de estréia, no entanto, lhe rendeu um novo contrato com a BMW. Com ele, Farfus também viu renascer o sonho de chegar à Fórmula 1. Mas antes de pensar ainda em um futuro distante, o paranaense concentrará toda a sua atenção para a temporada que inicia amanhã, em Curitiba.
Como avalia a perda do título em 2006?
A gente nem esperava ir tão bem assim, pois tivemos algumas dificuldades. Claro que entramos no campeonato com o objetivo de ganhar corridas, de fazer bonito, mas não esperávamos nos encontrar na última etapa do campeonato líder e com chances de nos tornarmos campeões do mundo. Foi muito bom. Fui o primeiro carro de tração dianteira, ficamos atrás só do BMW. Cheguei na frente de todos os outros. Não venci o campeonato, mas o terceiro lugar foi muito positivo.
Mas podia ter ido mais longe se não fosse o acidente na última prova...
Naquela corrida eu tive de assumir alguns riscos e acabei batendo. A única chance que tinha era andar no limite e acabei passando do limite. Mas terceiro é um resultado extremamente positivo.
Como será iniciar a temporada em casa?
Correr em casa sempre é legal. A atmosfera, é o lugar onde nasci, onde está minha família... Mas por outro lado a pressão acaba sendo maior, ainda mais neste ano, com equipe nova, carro novo, tudo novo. A pressão acaba aumentando, mas faz parte.
Quando você decidiu mudar para o Turismo, estava entre a WTCC e a DTM. Fez a melhor escolha?
Acabei optando pelo WTCC por a Alfa Romeu ter me dado um carro oficial na primeira etapa e não me arrependo da minha escolha.
No fim da temporada você deixou a Alfa Romeu...
Hoje sou piloto BMW. Quando recebi a proposta não pensei duas vezes. A BMW me deu essa chance. É uma fase importante da minha vida, onde muitas coisas estão acontecendo. Poder guiar um carro da BMW é, vamos dizer assim, um upgrade para a minha carreira. Espero fazer um grande trabalho nessa temporada.
Teve uma época que chegar à Fórmula 1 era o teu objetivo...
(interrompendo) Ainda é, ainda é. Tenho 23 anos, não sou ainda um cara velho. O problema é que hoje a Fórmula 1 passou a ser um mercado onde ter patrocínio é mais importante do que ter talento.
Ser da BMW pode te ajudar nisso?
Por que não, por que não? Estou cruzando os meus dedos (mostra os dedos cruzados). Por que não?
E quais as expectativas para a WTCC em 2007?
Neste ano o nível está mais alto. Pelo desenvolvimento de todas as equipe será um campeonato ainda mais difícil.
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