Após três rodadas de jejum, com dois empates e uma derrota, o Paraná fez as pazes com a vitória ontem ao bater o Sport por 1 a 0. O resultado apertado recoloca a equipe na vice-liderança do Brasileiro, agora com 14 pontos. De quebra, o time iniciou com o pé direito o projeto de conquistar 100% de aproveitamento nos quatro jogos que fará em casa em cinco rodadas.
Embalados pela boa campanha do time e pela promoção que permitia ao torcedor trocar um pacote de sopão por um ingresso, os paranistas encheram a Vila Capanema para ver a estréia do "carrossel tricolor", apelido da linha ofensiva formada por Vinícius Pacheco, Vandinho, Éverton e Josiel. Se até o início da rodada o Paraná já ostentava o posto de segundo melhor ataque do Nacional com 13 gols, cinco a menos que o líder Botafogo (17 pontos), a opção do técnico Pintado por priorizar o ataque indicava que o ex-atleticano Cléber, agora na meta do Rubro-Negro pernambucano, teria muito trabalho para conter o ímpeto paranaense, raciocinavam os fãs.
A teoria, contudo, ficou mesmo só no papel. Parte por culpa do irregular gramado do Durival Britto, que obrigou os jogadores a "guerrearem" com a bola em muitos momentos da partida. "A bola quica muito. Fica quase impossível jogar futebol às vezes", resumiu o lateral-esquerdo Márcio Careca.
Mas não dá para deixar de ressaltar a estratégia de Geninho, que estreou no comando do Leão da Ilha. Ao escalar três zagueiros e segurar os volantes Bia e Éverton, o técnico campeão da Copa João Havelange em 2000 pelo Tricolor estragou a brincadeira de Pintado.
Sem espaço e com pouco poder de criação, o jeito foi apelar aos chutes de fora da área e à bola parada para chegar ao ataque. Assim Luís Henrique e Vandinho tentaram, sem sucesso, fazer o carrossel engrenar.
Quando os primeiros ruídos de insatisfação começaram a surgir, principalmente na folclórica Turma do Amendoim, Vinícius Pacheco cobrou falta com precisão e deixou o volante Beto livre para deslocar, de cabeça, o Mexerica ainda na primeira etapa. "Num campeonato equilibrado, tem de ralar muito para conseguir a vitória. Não existe outro jeito", comentou o capitão, que ontem levou o terceiro amarelo e está fora do clássico contra o Atlético, no próximo sábado, também na Vila.
Outro desfalque certo é o meia Éverton, que também cumpre suspensão pelo acúmulo de cartões. Sem o prata da casa, Pintado terá outro bom motivo para reajustar o quadrado ofensivo, que contra o Sport, definitivamente, não aconteceu. "O torcedor quer espetáculo, gols... Mas nem sempre dá", resumiu Beto, o artilheiro da noite.
Em Curitiba
Paraná 1 x 0 Sport
Paraná
Flávio; Léo Matos, Neguette, Luís Henrique e Márcio Careca; Xaves, Beto, Vandinho (Joélson) e Éverton (Toninho); Vinícius Pacheco (Serginho) e Josiel.Técnico: Pintado.
Sport
Cléber; Durval, Ígor e Gabriel; Diogo (Evanílson), Bia (Anderson Aquino), Éverton, Fumagalli e Bruno; Carlinhos Bala e Wéldon (Washington).Técnico: Geninho.
Estádio: Vila Capanema. Árbitro: Elmo Alves Cunha (GO). Gol: Beto (P), aos 31 do 1.º tempo. Amarelos: Léo Matos, Beto, Éverton e Vinícius Pacheco (P); Durval e Fumagalli (S). Público: 11.259 pagantes. Renda: R$ 77.281,00.
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