O ex-presidente do Coritiba Evangelino da Costa Neves, membro do Conselho Administrativo e que fez parte da chapa de situação nas eleições do clube no fim do ano passado, protocolou no dia 11 de outubro, no 4.º Tabelionato de Curitiba, uma carta pedindo o impeachment do atual presidente alviverde Giovani Gionédis.
O mesmo ofício foi encaminhado ao presidente do Conselho Deliberativo, Júlio Góes Militão da Silva. De acordo com o representante do poder legislativo coxa-branca, Neves acusa o grupo liderado por Gionédis de ter falsificado a sua assinatura no documento que comprovaria o pedido de licença de nove membros do Conselho Administrativo, antiga Diretoria Executiva, no dia 2 de dezembro de 2005. Dessa maneira, o grupo poderia votar nas eleições do clube, realizadas três dias depois, com vitória da situação por um voto.
"A carta fala sobre resultado em campo, questões administrativas. Mas também faz referência a uma suposta falsificação de assinatura. O Evangelino diz que não esteve em reunião nenhuma e que por isso não havia como assinar qualquer documento. Ele garante que a assinatura existente não é dele", disse Militão da Silva.
Segundo o ex-presidente, o principal motivo do pedido seria os maus resultados do time, o que iria contra os anseios da torcida. "Espero estar enganado, mas desse jeito o Coritiba não irá para a Primeira Divisão", desabafou.
Militão da Silva disse que reuniu os cinco integrantes da mesa diretora do Conselho tão logo recebeu as denúncias e encaminhou a Gionédis uma cópia da carta. O cartola foi convocado para responder as acusações amanhã, às 19 horas, em reunião fechada no Couto Pereira.
Caso o dirigente consiga provar perante o Conselho sua inocência, o processo de impedimento termina no mesmo dia. No entanto, se as explicações não convencerem, será convocada uma assembléia geral com 40 dias de antecedência para definir o futuro político do Coritiba. "De qualquer maneira, são os associados que decidirão o destino do clube", disse Militão.
Por causa do prazo, a abertura do processo de impeachment seria votada na melhor das hipóteses em 30 de novembro, cinco dias após o término da Série B, o que condicionaria permanência de Gionédis na presidência ao desempenho do time em campo. Conseguindo recolocar o Coxa na Primeira Divisão, o mais provável é que a questão perca força, beneficiando o cartola.
Na hipótese contrária, porém, a resistência à atual administração tende a ganhar ainda mais força, prejudicando a conclusão do mandato, vigente até o fim de 2008.
"Espero que seja observado de qualquer jeito. Uma questão é o clube, a outra os resultados do time", afirmou Evangelino.
No início da noite de ontem, tanto o presidente Giovani Gionédis, quanto o coordenador de Comunicação e Marketing do Coritiba, Hudson José, foram procurados pela reportagem, mas não atenderam às ligações. Segundo a assessoria de imprensa do clube, nenhum comunicado sobre o fato seria feito ontem por se tratar de uma questão interna.
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