Com o objetivo de seguir o padrão de organização de clubes da Europa, o Bolívar implantou uma cartilha com normas rígidas a seus jogadores. As regras vão desde a limitação dos horários para saídas noturnas à proibição de dirigir em alta velocidade.
Guido Loayza, presidente do clube boliviano, disse que pretende seguir o exemplo de grandes clubes europeus, que seguem o padrão de "toda empresa séria".
"Quero que jogadores e membros da comissão técnica tenham o melhor comportamento possível e que o clube funcione de forma harmônica", disse.
O dirigente disse que a cartilha prevê punições para os "excessos" cometidos em campo, como jogadas violentas e insultos aos árbitros.
Já fora das quatro linhas, as saídas noturnas ficam proibidas a partir das 21h da véspera de cada jogo, e 23h dos outros dias. Incentivar companheiros a sair para festas também pode render punições.
Quanto à alimentação, os jogadores não poderão comer carne de porco ou pratos picantes sem a autorização do técnico.
Segundo o diário "La Prensa", o regulamento também proíbe a distribuição de camisas oficiais e declarações que possam ofender membros do clube, Fifa, Confederação Sul-Americana de Futebol (CSF) ou federação de futebol local.
A série de restrições também vale para o uso de telefones celulares e aparelhos eletrônicos em treinamentos, vestiário e durante as refeições.
O Bolívar também proíbe seus atletas de praticar esportes de maior risco, como parapente, automobilismo e motociclismo. Esta regra foi motivada pelo acidente que um jogador sofreu há algumas semanas.
Há também normas mais óbvias, como a proibição de usar drogas e dirigir "em alta velocidade ou sob efeito de bebidas alcoólicas".
Caso alguém desrespeite as regras da cartilha, será submetido a uma espécie de tribunal. O jogador poderá apresentar sua defesa e, caso não concorde com a decisão, pode apelar a uma instância superior.
Os jogadores não aprovaram de cara a idéia. O colombiano Arnulfo Valentierra disse que todas as empresas têm um "regime disciplinar", mas que alguns artigos da cartilha do Bolívar precisam ser discutidos.
Já o paraguaio Emilio Martínez afirmou que algumas normas são inadequadas, como a necessidade de pedir permissão para ir a festas.
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