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O técnico Mano Menezes começará a preparar a seleção brasileira no dia 22 | Stan Honda/ AFP
O técnico Mano Menezes começará a preparar a seleção brasileira no dia 22| Foto: Stan Honda/ AFP

"Não corre risco". Com estas palavras, o presidente da Associação de Futebol da Argentina (AFA), Julio Grondona, sustentou que a Copa América não será adiada ou suspensa. As declarações do cartola tiveram o objetivo de eliminar as especulações que surgiram nos últimos dias – inclusive da Confederação Sul-Americana de Futebol (Conmebol) – sobre um eventual adiamento do torneio. O temor surgiu por causa da suspensão dos voos gerada pela presença das cinzas do vulcão chileno Puyehue sobre os céus argentinos.

O vulcão entrou em erupção em 4 de junho. Desde então, os ventos, na maioria dos dias, levaram as cinzas na direção de Buenos Aires, colocando em colapso o sistema aéreo local. "O torneio começará dia 1º de julho e terminará no 24", prometeu Grondona. No entanto, ele admitiu que será necessário "esperar cinco ou seis dias" para constatar que "o problemas das cinzas não existirá mais".

Grondona possui especial interesse na realização da Copa América a qualquer custo. Por trás do evento está a campanha para conseguir sua oitava reeleição para o comando da AFA. "Estou um pouco cansado", disse o dirigente de 79 anos. "Mas minha cabeça funciona bem. Por isso, se votarem em mim, continuarei no cargo", explicou.

Além disso, a Argentina espera um movimento de quase US$ 1 bilhão na economia local, volume que duplica o faturamento obtido na edição da Venezuela em 2007. Os principais incrementos ocorrerão no setor de turismo, gastronomia e transporte (US$ 475 mi­­lhões), direitos de transmissão (US$ 160 milhões) e marketing (US$ 89 milhões).

Enquanto o governo do venezuelano Hugo Chávez gastou US$ 238 milhões para construir três estádios e remodelar outros, na Argentina o trabalho de preparação implicou no desembolso de US$ 361 milhões – foi construído somente um estádio novo, em San Juan.

O cálculo dos organizadores é de que 750 mil espectadores esgotem todas as entradas para as partidas da Copa América – estimam que, além dos argentinos, entrariam no país 25 mil torcedores chilenos e 30 mil brasileiros.

De quebra, Grondona está de olho nos US$ 160 milhões que a AFA embolsará pelos direitos de transmissão. No ano passado, o televisionamento dos jogos no país foi estatizado por intermédio de um contrato entre a AFA e o governo. Os partidos da oposição acusam a presidente argentina Cristina Kirchner de fazer "populismo esportivo" e indicam que o governo aproveitará a Copa América para fazer propaganda de sua administração.

Seleção brasileira

O time de Mano Menezes começará bem mais tarde do que seus rivais a preparação para a Copa América. A seleção se reúne na próxima segunda, no Rio, e no dia se­­guin­­te viaja para a Argentina. Mas os treinos mesmo terão início apenas no dia 22 de junho, ou seja, 11 dias antes da estreia, no dia 3 de julho, contra a Venezuela.

Com exceção da seleção equatoriana, que anuncia hoje sua lista de convocados, as outras dez participantes do torneio já estão treinando. A Argentina, que divide com o Brasil a condição de maior favorita ao título, está reunida desde o dia 8. Lionel Messi, que teve uma temporada extenuante com o Barcelona (53 jogos, 53 gols) já treinava normalmente com sua seleção menos de duas semanas depois da final da Copa dos Campeões.

O Uruguai, que aos poucos recupera a condição de terceira força do continente, faz atividades há dez dias. A Celeste se reuniu para o amistoso com a Holanda, no dia 8, e emendou os treinos para a Copa América.

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