Caso Dênis não abala Atlético

Não existe a menor chance de o Atlético ser rebaixado à Segunda Divisão do Campeonato Brasileiro por causa do não-pagamento da multa de U$ 700 mil no caso Dênis Marques. A opinião é de especialistas em direito desportivo. Eles garantem não saber no que o Kuwait S.C se baseia para pedir a queda do Furacão à Fifa.

Após quebrar contrato com o clube do Oriente Médio, alegando salários atrasados em 2004, o atacante das trancinhas foi condenado a quatro meses de supensão e ao pagamento do mesmo valor que foi gasto pela equipe para contratá-lo. O Rubro-Negro firmou compromisso com o atleta baseado em uma liminar da Justiça do Trabalho.

Depois de cumprir a pena imposta pela entidade internacional, Dênis Marques voltou a jogar neste Campeonato Brasileiro (fez três gols em treze jogos). O prazo estipulado para quitação da multa era no dia 25 de novembro. O Atlético, solidário na ação, enviou no dia 23 fax à Fifa pedindo parcelamento do valor – conforme é previsto pelo código disciplinar da entidade –, e aguarda resposta sobre a forma de pagamento.

"O Atlético pediu para parcelar a multa, portanto demonstrou interesse em pagá-la. Com isso a Fifa vai autorizar ou não o parcelamento. Se a resposta for negativa é só o clube pagar à vista e pronto", afirmou o advogado da Federação Paranaense de Futebol, Domingos Moro.

Outro jurista, Marcílio Kruger, disse desconhecer o motivo pelo qual Marcos Motta (advogado do Kuwait S.C.) solicitou o rebaixamento atleticano. Ele revelou que tentou encontrar no Código Brasileiro de Justiça Desportiva (CBJD) algum item que justificasse o pedido, mas não encontrou.

"Na lei brasileira não existe nada que possa fazer o clube ser rebaixado neste caso. É uma situação similar a do Ronaldinho Gaúcho (quando deixou o Grêmio e foi para o Paris Saint Germain, em 2001). A Fifa estipula um novo prazo para pagamento, até porque o Atlético já se comprometeu a pagar", opinou.

Em conversa informal com jornalistas na sede da CBF, o consultor jurídico da entidade, Valed Perry, foi outro a descartar qualquer possibilidade de punição à equipe paranaense.