Após Tiger Woods admitir que sofre de compulsão sexual, clínicas especialistas do assunto na Grã-Bretanha afirmam que tiveram um aumento significativo na procura de tratamento nos últimos meses. Segundo matéria da BBC, um dos centros, em Blackpool, afirma ter recebido 52 novos pacientes nos últimos dois meses. Em 2009, não passavam de alguns poucos por mês. Os médicos dizem que muitos clientes citam o golfista, que teve casos extraconjugais por culpa da dependência de sexo.
"As pessoas agora estão se apresentando e vindo conversar sobre seus problemas. Por um lado, a vida de Woods se transformou em um inferno, mas ele salvou vidas. Este é o efeito Tiger Woods", afirmou Steven Pope, dono da clínica em Blackpool.
Danny James, de 27 anos, compara o sexo com drogas, pois viu o seu relacionamento com a família destruído.
"Pode ser comparado a uma droga. A sensação depois do sexo - eu comecei a ter necessidade de sentir isso mais e mais. Depois de um tempo aquela sensação não durava por tanto tempo, então eu fazia de novo e de novo. Comecei a faltar no trabalho porque estava concentrado em sair e encontrar pessoas com quem dormir. Todos os dias eu ia direto para um bar e não era difícil encontrar isso em Blackpool, porque muita gente vem aqui para isso, para festas de despedida de solteiro", disse o inglês, que perdeu o trabalho, rompeu com a namorada e perdeu contato com a filha. O paciente frequenta a clínica de Pope semanalmente, ao custo de 40 libras (cerca de R$ 108) por hora.
Danny James conta ainda que poderia estar morto caso não tivesse procurado ajuda.
"Eu estaria morto. Não haveria outro caminho. Chegou ao ponto de que um dos meus pais ficava em casa para ficar de olho em mim, porque sabiam de minhas tentativas de suicídio. Se não fosse a terapia, eu teria conseguido (o suicídio) e estaria morto", completa.
Tratamento
Na Grã Bretanha, o tratamento usa como base os métodos usados nos Estados Unidos, onde a terapia de comportamento sexual movimenta muito dinheiro. Porém, o termo não é tecnicamente reconhecido como uma condição médica. O professor Glen Wilson, especialista em comportamento sexual na Gresham College, em Londres, nega que possa existir "vício" em sexo.
"O que quer que seja que as celebridades têm, todo nós achamos que deveríamos ter também, e é claro que a indústria farmacêutica também tem interesse nisso. Uma vez que um comportamento é medicalizado, eles aparecem com pílulas para combatê-lo. Há tremendas pressões para medicalizar comportamentos que não são mais do que apenas problemáticos. Não é o mesmo que a dependência de drogas, porque não está interferindo com os circuitos com um elemento químico, é (um comportamento) determinado pela forma como os circuitos são. Isso é a busca de uma recompensa por um comportamento sexual que tem significado reprodutivo e de sobrevivência", analisou o professor.
A pscicoterapeuta Paula Hall discorda da opinião de Glen Wilson e afirma que o assunto não foi estudado como deveria.
"As pessoas que dizem que isso não existe não entendem a condição. A questão não é o sexo, é a dependência e a compulsão. Acho que dizer que a dependência de sexo não existe é um insulto aos muitos homens e mulheres inteligentes que sofrem com essa condição todos os dias".
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