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Emoção até a última prova. Essa é a única certeza que se pode ter da nova temporada da Stock Car Brasil. O campeonato de 2006 inicia apenas daqui há um mês (9 de abril, em Interlagos), mas as mudanças que devem ser ratificadas hoje pela organização da categoria darão pouquíssima margem para que o campeão saia antes da 12.ª corrida do calendário.

As principais diferenças com relação ao ano passado estão na implementação do sistema de playoff na temporada e do treino superpole.

No primeiro caso – uma cópia do que acontece na Nascar desde 2004 –, a temporada fica praticamente dividida em duas etapas: uma com oito provas e outra com quatro. Ao final de dois terços do campeonato, apenas os dez primeiros colocados terão chances de ficar com o título, mesmo que nas últimas corridas outro dos 27 pilotos restantes some mais pontos.

A fase decisiva terá uma contagem separada e os dez primeiros da classificação geral terão a pontuação redistribuída. A pontuação até a oitava etapa será zerada e o seleto grupo iniciará a reta final da temporada como se apenas uma corrida houvesse ocorrido antes. Dessa forma, o primeira colocado receberá 25 pontos, o segundo 20, o terceiro 16 e assim sucessivamente até o décimo, que ficará com 6 pontos.

No caso da superpole, a inspiração veio da Fórmula 1, que adotará o novo sistema nos treinos classificatórios em 2006. Todos os pilotos entrarão na pista ao mesmo tempo, mas nos últimos dez minutos apenas os dez mais rápidos poderão ficar com a pole. Da mesma maneira do playoff, se algum dos pilotos restantes fizer a melhor volta qualificatória, largará na 11.ª colocação.

Esse sistema é o que está causando uma certa controvérsia, principalmente na questão da pontuação. Entre quem aprova a mudança está o diretor técnico da equipe paranaense Action Power, Paulo de Tarso, que este ano terá como pilotos Luciano Burti e Thiago Marques.

"As mudanças são positivas e vão mudar totalmente as táticas das equipes. No final vai dar mais emoção, pois o título vai ficar centrado em apenas 10 pilotos", afirma Tarso.

Já para o piloto paranaense Raul Boesel, a divisão na reta final da competição pode acabar prejudicando os pilotos que na oitava prova estiverem abaixo da décima colocação.

"Isso significa que mesmo que o 11.ª vença o restante das corridas, não poderá passar daquela colocação. E se ele ainda tivesse chances matemáticas de conquistar o título? Como vai explicar isso para o patrocinador?", pergunta Boesel, que faz uma comparação interessante.

"Na Nascar há 36 corridas e o risco de haver um campeão antecipado é grande, mas aqui só temos 12 provas."

Além dessas mudanças, outras duas ocorrerão, mas na parte técnica. As carenagens do Mitsubishi e do Astra ganharão a companhia do Bora, da Volkswagen. Também será permitida o uso de telemetria nos carros. Dessa vez, nos dois casos, a melhora é unânime.

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