Catimba faz a diferença

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Entre a experiência da categoria master, e a técnica da adulto, o público prefere a segunda. Sendo assim, a disputa do título da adulto foi o grande jogo da 17.ª edição do Campeonato Brasileiro. A audiência ficou em polvorosa quando a pelotinha de feltro começou a rolar para a definição do melhor jogador do evento. Na mesa verde, digladiaram-se em palhetadas certeiras o paulista Mauro César Michelin e o paranaense Rogério Nascimento.

Pouco antes do aviso inicial, Mauro César solicitou à coordenação que não fossem tiradas fotos com flash e que ninguém passasse próximo à mesa, para não balançar o terreno da disputa. Absolutamente normal, desconsiderando as outras manias do tricampeão brasileiro. Por outro lado, Rogério portou-se como uma geladeira, frio do início ao fim. Ao contrário da maioria dos jogadores, os finalistas não tinham seus botões decorados com escudos de clubes. Eram os "coloridos em geral" de Mauro César contra os "escurinhos discretos" de Rogério.

Dado o sinal, o representante do Clube Dom Pedro II de Curitiba saiu jogando. Bem à vontade, escapou pela esquerda e por pouco não abriu o placar. Mauro César sentiu a pressão, e não conseguia construir boas jogadas. E como se previa, Rogério saiu na frente. Fugiu pela direita e chutou cruzado: 1 a 0. Fim de primeiro tempo, retorno para o segundo e pareceu um replay: mesma jogada, Rogério 2 a 0. As manias, manhas e mandingas de Mauro César (como girar a palheta na lateral quando o adversário vai chutar contra o seu gol, entre outras) pareciam não surtir efeito.

Até que o imponderável, comum nas disputas do futebol "humano", deu as caras. É impossível provar realmente se as manhas de Mauro César foram úteis, mas adversários... tremei! A partir da metade do segundo tempo o representante do Palmeiras iniciou uma reação espetacular, culminando com um chute de longa distância que lhe valeu o título.

A buzina de encerramento soou e Mauro foi às lágrimas abraçado com a namorada Gislene Cristina. Vice-campeão no ano passado, o título foi a volta por cima. "Eu estava engasgado. Por isso o desabafo e o choro no final", revelou o campeão. A namorada, empolgada com a conquista, não poderia estar mais feliz. "Ele tem trazido os títulos e ainda faz amizades legais. Se isso é um vício dele, todo mundo devia ter um vício assim", declarou. (AP)