Gelsenkirchen A Argenti-na muda, "pero no mu-cho", para o jogo que po-de lhe garantir a classificação para a segunda fase da Copa, hoje, às 10 horas (de Brasília) em Gelsenkirchen, contra Sérvia e Montenegro. A novidade, anunciada durante toda a semana, é a entrada de Lucho González no meio-de-campo em lugar de Cambiasso. Messi, Tevez e Aimar continuam formando o "banco de ou-ro", à espera de uma oportunidade.
Mesmo escalando Lucho, o técnico José Pekerman garante que o esquema de jogo não vai mudar. "A idéia é ficar mais tempo com a bola e ter mais mobilidade em campo. O esquema não muda e quero dizer que é um orgulho muito grande dirigir jogadores como Cambiasso, Lucho e Maxi Rodríguez, que permitem tantas variações em campo."
As mudanças favorecem Mascherano. Ele será agora o volante central do time, protegendo a defesa, tendo Lucho à sua direita e Maxi Rodríguez na esquerda. Com esse bloco defensivo, Pekerman espera ter tranqüilidade para vencer o jogo a partir de uma boa partida de Riquelme e dos atacantes Crespo e Saviola.
Cuidado nunca é pouco quando se trata de Pekerman. Ele aposta em times equilibrados, com boa dinâmica e com os três setores próximos. Por isso, parece muito difícil escalar três atacantes. Sempre que fala de Messi, Pekerman deixa claro que estar em um Mundial já é muito importante, não lhe garantindo vaga no time.
"Para nós é uma alegria muito grande estar com esse garoto em seu primeiro Mundial. Ele se recuperou bem da contusão com que chegou aqui (distensão muscular) e está pronto para nos ajudar."
Há um respeito muito grande pela Sérvia e Montenegro, apesar do fraco futebol na derrota por 1 a 0 para a Holanda. "Des-de o sorteio nós soubemos que a Sérvia seria um adversário muito duro e isso não mudou porque fizeram uma má estréia", diz Pekerman. O atacante Mateja Kezman, do Atlético de Madri (17 gols em 48 jogos pela seleção), assusta. "Ele chuta sempre. Chuta até quando está em uma posição em que nenhum outro atacante arriscaria um chute. Vamos ter cuidado com ele", alerta Leonardo Franco, goleiro reserva e companheiro de Kezman no clube espanhol.
É assim, com equilíbrio (que muitos chamam de cautela exagerada) e com um bom banco de reservas, capaz de dar velocidade e contundência ao jogo, que a Argentina entra em campo para cumprir a segunda etapa do que se propôs na primeira fase do Mundial. "Precisamos de seis pontos para garantir a classificação. Tomara que isso venha antes do jogo contra a Holanda", diz o capitão Sorín, certamente lembrando-se da campanha de 2002, quando os quatro pontos conquistados significaram vexame e vergonha.
Em Gelsenkirchen
ArgentinaAbbondanzieri; Burdisso, Ayala, Heinze e Sorín; Mascherano, Luis González, Maxi Rodríguez e Riquelme; Saviola e Crespo. Técnico: José Pekerman.
S. e MontenegroJevric; Duljaj, Gavrancic, Krstajic e Dragutinovic; Nadj, Koroman, Stankovic e Predrag Djordjevic; Milosevic e Ljuboja (Kezman).Técnico: Ilija Petkovic.
Estádio: AufSchalke Arena. Horário: 10 horas (de Brasília). Árbitro: Roberto Rosetti (Itália).