Uma reportagem exibida ontem pelo canal de tevê ESPN Brasil denunciou que membros do Comitê Olímpico Brasileiro (COB) teriam invadido a sede da Confederação Brasileira de Desportos no Gelo (CBDG), no Rio. A invasão teria ocorrido em dezembro do ano passado como represália à CBDG, a única das 30 confederações credenciadas ao COB que não apoia a permanência de Carlos Arthur Nuzman na presidência da entidade.
Na eleição do COB, amanhã, Nuzman será reeleito para o quinto mandato. O único dos 30 votos das confederações que não deve ser para Nuzman é o da CBDG. O dirigente também está à frente do Comitê Organizador da Olimpíada Rio-2016. A nova denúncia surge duas semanas depois do escândalo em que funcionários da Rio-2016 foram acusados de roubo de informações na Olimpíada de Londres.
Um vídeo divulgado pela ESPN Brasil mostra imagens da câmera de segurança do prédio em que funciona a sede da CBDG sendo aberto por quatro chaveiros. Via assessoria de imprensa para o site UOL, o COB alega que o contrato de aluguel da sede da CBDG está em nome do comitê. A entidade que comanda as modalidades olímpicas também pagaria o aluguel do imóvel. Documentos, porém, provam que a sala estava sublocada pela Confederação de Desportos no Gelo.
"O acesso à sala, que estava sem uso pela CBDG, se deu exclusivamente pela necessidade de realizar a verificação de documentos para o processo de auditoria na entidade. Auditoria determinada pela Justiça e com prazo a serem cumpridos", declarou a entidade.
A rixa da CBDG com o Comitê Olímpico começou quando a atleta de bobsled Edson Luques Bindilatti denunciou irregularidades na gestão do presidente Eric Maleson. Após as denúncias, o COB nomeou um interventor na confederação, determinação derrubada pela Justiça. Maleson diz ter dado todo apoio a Fabiana, mas confessa ter ficado impressionado com a situação que a atleta se encontrava.
Para ele, a intervenção e a invasão do imóvel seriam represálias pelo fato de não apoiar Nuzman. Maleson liderou um movimento de oposição com outros dez presidentes de confederações. Os cartolas se encontravam secretamente no Clube Marimbás, no Rio de Janeiro.
De acordo com o presidente da CBDG, Nuzman teria chamado esses dirigentes para reuniões. Pouco depois, todos teriam desistido de montar uma frente de oposição ao presidente do COB.
Maleson ainda denuncia pressão econômica nas confederações. Segundo o dirigente, o diretor financeiro do comitê, Sérgio Lodo, pressiona as associações a contratarem os serviços do contador indicado por ele. Se não aceitarem, as entidades perderiam repasses de valores a que têm direito. "Me obrigam a escolher uma empresa que me cobra R$ 4 mil se eu poderia pagar R$ 600?", questiona. O COB não se pronunciou sobre o caso.
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