• Carregando...
Após dizer que foi xingado por jogador do Uruguai, Marcos Guilherme foi orientado pela CBF a ter cautela nas declarações | Rafael Ribeiro / CBF
Após dizer que foi xingado por jogador do Uruguai, Marcos Guilherme foi orientado pela CBF a ter cautela nas declarações| Foto: Rafael Ribeiro / CBF

A reação ao caso de injúria racial envolvendo o meio-campista Marcos Guilherme, do Atlético, na disputa do Sul-Americano Sub-20 pelo Brasil, contra o dono da casa, Uruguai, na noite de segunda-feira (26), não deve ir longe. A CBF tratou de pôr panos quentes sobre o incidente, e orientou o jogador a "ter cautela nas declarações".

Sem imagens que comprovem o ato, a CBF decidiu não levar adiante as acusações. A recomendação veio do departamento jurídico da entidade máxima do futebol brasileiro.

No empate por 0 a 0 contra o Uruguai, Marcos Guilherme teria sido vítima de ofensas raciais proferidas pelo atacante Facundo Castro. "O cara me chamou de macaco cinco vezes. Já enfrentei várias situações dessas no Brasil, não pode acontecer. Alguém tem de tomar uma atitude, senão isso não vai parar nunca", afirmou Marcos Guilherme, em entrevista ao canal SporTV, após o jogo.

Castro negou a ofensa à imprensa uruguaia. "Que se preocupem mais em jogar e não com coisas extracampo", declarou.

Nada vai mudar também na trajetória do time uruguaio na competição – só poderia ser aplicada punição se fosse registrada uma queixa-crime até 24 horas depois do ocorrido. Apenas o zagueiro Léo Pereira, companheiro de Marcos Guilherme na seleção e no Furacão, podia comprovar o ato. Segundo o técnico Alexandre Gallo, o zagueiro atleticano teria sido o único a ouvir as ofensas.

Segundo a CBF, o time brasileiro continuará a disputar normalmente todos os jogos. O foco, diz a entidade, é totalmente no campeonato. A Federação Uruguaia de futebol, por sua vez, negou ter recebido qualquer comunicado oficial.

Após a partida, Marcos Guilherme lembrou de outros casos de racismo envolvendo jogadores brasileiros. "São vários fatos que ocorreram com o Aranha, o Tinga, o Arouca e ninguém toma providência para acabar com isso. Estamos representando o país, nossa família em casa torcendo e vê isso, sofrer racismo dentro do nosso trabalho." Combustível

O empresário de Marcos Guilherme, Rafael Stival, disse que o jogador está mais calmo após o episódio. "Ainda não falei com ele direito, estava muito tarde. Deixei uma mensagem no telefone de tranquilidade, parabenizando pelo o que fez em campo. O Marcos me agradeceu e não comentou mais nada, até pelo horário", declarou. "Ele também me disse que o episódio servirá de combustível, e que não se deixará abater."

Algo que chamou a atenção na declaração do meia brasileiro foi de que outros casos aconteceram com o mesmo em jogos realizados nos torneios realizados no país. Após o jogo, Marcos Guilherme disse "já enfrentou várias situações dessas no Brasil".

Stival, por outro lado, minimizou a situação. "Acho que ele estava meio ansioso com isso e acabou se expressando mal. Ele nunca relatou nada sobre outros casos sofridos por aqui. Acredito que se referia a casos pelo Brasil, não especificamente com ele. Foi o que eu entendi."

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]