Além da homologação da tabela do Brasileirão 2020, o congresso técnico desta quinta-feira (27), na sede da CBF, no Rio de Janeiro, também definiu o início da implantação do fair play financeiro no campeonato.
A premissa do dispositivo é melhorar a condição financeira dos clubes, aumentar a transparência e ajudar a solidificar o mercado do futebol. Ou seja, cria regras para que haja responsabilidade nas contratações de jogadores e pagamento de salários, por exemplo. Porém, neste primeiro momento, não haverá punição para as equipes que descumprirem as regras.
"O fair play financeiro já é uma norma que estava estabelecida nas regras de licenciamento da CBF. Hoje ela é uma regra indutora de comportamento, não é uma regra eliminatória. Ou seja, os clube vão se conscientizando daquilo que tem de fazer minimamente, cumprir o orçamento, não gastar mais do que eles têm de arrecadação e isso vai sendo um fator contagiante para que ao longo do tempo eles se conscientizem", explicou o presidente da CBF, Rogério Caboclo, em coletiva de imprensa.
"Nesse ano começa a ser feita uma análise muito crítica a respeito da situação financeira de cada clube. A partir de 2021 começamos a mudar de estágio a aumentar a graduação daquilo que a gente deseja", completou o dirigente.
Em confederações nacionais, o fair play financeiro já é utilizado desde a década de 1960, na Alemanha. Na Uefa, por outro lado, foi adotado a partir de 2009, de forma gradativa. As penas só começaram a valer em 2012. Recentemente, o Manchester City foi punido severamente por desrespeitar o fair play financeiro.
Após o período de adaptação, que deve ser de quatro anos, os times precisarão cumprir todas as normas, caso contrário podem sofrer punições como rebaixamento ou proibição de contratações.
Venda de mando e limite de inscritos
Os clubes aprovaram, em votação por maioria, a proibição da venda de mandos de campo no Brasileirão. Na última temporada, a prática era permitida somente nas rodadas finais. O Flamengo se posicionou contra a alteração do regulamento.
"Claro que fui contra a proibição. Eu sou a favor de que os clubes tenham livre arbítrio e façam o que quiserem com o mando de campo deles", disse o presidente Rodolfo Landim.
Outra mudança no regulamento é a diminuição no limite de inscritos por equipe. O número de cada plantel cai de 45 para 40, mas agora há possibilidade de se fazer oito trocas — antes eram cinco. A inscrição dos 40 nomes vai até 14 de agosto. As mudanças podem ser realizadas até 11 de setembro.
A CBF também tentou limitar o número de treinadores por temporada, mas a questão foi rejeitada pelos times pelo segundo ano consecutivo.
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