São Paulo - O dia seguinte ao que, para muitos, parecia ser a insurgência dos principais times do futebol brasileiro contra o Clube dos 13 foi marcado por uma sensação de esfriamento. Por diferentes motivos, os protagonistas do eventual levante Corinthians e os quatro grandes clubes cariocas (Botafogo, Flamengo, Fluminense e Vasco) adotaram discurso mais cauteloso em relação ao verificado na véspera.
O presidente corintiano, Andrés Sanchez, único a anunciar publicamente que vai se desfiliar do C13, ainda não recebeu, pelo menos oficialmente, o apoio que imaginava ter. Até a noite de ontem, nenhum outro clube seguiu o exemplo do Timão.
Se em São Paulo Sanchez não teve até o momento o respaldo político que esperava, no Rio de Janeiro a discussão foi comercial. A pressão dos patrocinadores, em defesa da visibilidade de suas marcas, impulsionou a decisão de Flamengo, Fluminense, Vasco e Botafogo de romper parcialmente com o C13.
Os quatro querem estabelecer com a Rede Globo um novo contrato para a transmissão de seus jogos nos Brasileiros de 2012 a 2014. Atendem, assim, à exigência de seus parceiros comerciais, que ameaçam até rever contratos no caso de uma mudança de rumo. Para o presidente do Fluminense, Peter Siemsen, eventual redução da exposição da marca do clube afetaria, "sem nenhuma dúvida", a relação com os patrocinadores. "Claro que isso pesa e está sendo levado em consideração", disse.
Outro detalhe que pesou na puxada de rédeas dos cariocas foi a informação de que o valor do novo contrato negociado pelo C13 poderia atingir R$ 1,3 bilhão por temporada, contra os R$ 500 milhões atuais. Projeções passadas por pessoas ligadas à entidade apontam que cada um dos clubes pertencentes ao primeiro escalão receberia até R$ 125 milhões (caso do Flamengo), contra os pouco mais de R$ 30 milhões do contrato vigente.
A presidente do Rubro-Negro, Patrícia Amorim, foi veemente ao dizer que o encontro com o presidente da CBF, Ricardo Teixeira, na segunda-feira, quando a entidade reconheceu o título brasileiro do clube de 1987, não teve relação com o enfrentamento com o C13. "Prezo pela coerência", declarou.
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