A sorte, que parecia ter abandonado o Atlético até os 47 minutos do 2.º tempo, voltou para os braços da torcida Rubro-Negra. Num jogo que se encaminhava para prolongar a crise no Furacão, Denis Marques escorou uma bola, em posição de impedimento, e marcou o gol da vitória atleticana na noite deste sábado contra o Juventude, na Arena da Baixada. Cento e oito dias dias depois, o Furacão voltou a vencer na Arena.
Diferente de outros jogos, quando o Atlético não apresentou um bom futebol e irritou a torcida, o time dominou completamente as ações da partida. Jogou melhor durante todo o tempo, mas pecou pela falta de tranqüilidade dos atacantes que não souberam concluir em gol as oportunidades criadas. Foram várias chances desperdiçadas até sair o gol chorado.
O Juventude só se preocupou em defender durante os 90 minutos, mas foi para o ataque após o apito final do árbitro Elvécio Zaquetto. O técnico Hélio dos Anjos reclamou muito do lance que acabou decretando a derrota do seu time. E com razão, afinal o jogador atleticano estava em posição de impedimento. Mas, como o auxiliar não acusou a irregularidade, o árbitro confirmou o lance e no apito final garantiu a vitória do Atlético.
Primeiro tempo
O jogo começou muito truncado, com as duas equipes explorando seus poderes de marcação para anular qualquer jogada adversária. Mesmo iniciando a partida com uma postura defensiva, logo o Furacão tomou conta do jogo e passou a criar boas jogadas de gol. O Juventude assumiu o papel de visitante e se fechou atrás.
Aos 16 minutos surgiu a primeira grande chance atleticana. Numa cobrança de escanteio, Paulo André surgiu para tocar a bola que por pouco não entrou. Pouco depois, logo aos 17 minutos, a jogada mais polêmica do 1.º tempo. Bola lançada para o meia Ferreira que em velocidade entrou na grande área do Juventude. A marcação veio forte e Fábio acabou calçando e usando o braço para empurrar o jogador do Atlético. Apesar dos apelos dos jogadores, o árbitro não marcou nada para a revolta da torcida.
O lance serviu para incendiar a partida. Aos 20 minutos o Atlético desperdiçou uma grande chance de gol quando Evandro recebeu um passe já dentro da grande área. O meia fez o domínio e, mesmo com a marcação de um zagueiro, chutou forte. A bola foi de encontro ao travessão. Em seguida, no rebote do escanteio que se seguiu, Ferreira chutou forte de fora da área para a defesa do camisa 1 do Juventude.
Naquele momento o Atlético dominava o jogo. Até o final da primeira etapa o Furacão teve ainda duas boas chances de abrir o marcador. Aos 28, após um cruzamento de Carlos Alberto, Herrera cabeceou à queima roupa para a defesa providencial de André. Mais tarde, aos 46 minutos, Ferreira chutou cruzado da direita levando muito perigo ao alviverde gaúcho.
Segundo tempo
Para os 45 minutos finais o técnico Givanildo de Oliveira não quis fazer nenhuma mudança. No Juventude, o técnico Hélio dos Anjos não mexeu na equipe, mas ainda na primeira etapa foi obrigado a fazer duas mudanças em virtude de contusões. Raulen deixou o campo para a entrada de Wellington e Vanderson deu lugar para Marcão.
O Atlético voltou para a segunda etapa mantendo o domínio sobre o adversário. Somando todo o primeiro tempo e boa parte do segundo, o goleiro Cléber foi muito pouco acionado.
A primeira grande chance da segunda etapa aconteceu aos 16 minutos. Numa rápida jogada pela direita, o cruzamento só não se transformou em gol porque a marcação esticou o pé e bloqueou a trajetória do chute de Herrera. Na cobrança de escanteio, a bola passou na frente de dois jogadores atleticanos que nada fizeram. Pouco depois, aos 17 minutos, Alex chutou forte de fora da área para boa defesa de André.
O Juventude pouco fez durante o jogo todo, mas aos 30 minutos levou perigo real ao gol de Cléber. Na cobrança de uma falta de Lino, o goleiro atleticano dividiu com o zagueiro e levou a pior. No rebote, Marcel apareceu sozinho e cabeceou para o gol, mas Paulo André apareceu na última hora e evitou o gol dos visitantes. Em seguida, aos 31, Leandrinho fez o cruzamento para nova cabeçada perigosa de Marcel.
O jogo ficou tenso e a torcida começou a pegar no pé dos jogadores atleticanos. Aos 33 minutos do 2.º tempo o time desperdiçou uma chance incrível de abrir o placar. Numa cobrança rápida de falta, Fabrício foi lançado pela esquerda. No cruzamento, Denis Marques, livre de marcação, não teve tranqüilidade e chutou por cima do gol alviverde.
Quando as vaias e os gritos de "Fora Givanildo" surgiam na Arena, um dos jogadores mais criticados encontrou a sua redenção. Após um cruzamento da direita, Herrera escorou de cabeça e Denis Marques, em posição irregular, tocou para as redes do Juventude.