Os gols perdidos no primeiro tempo e a falta de força ofensiva no segundo não fizeram apenas a seleção brasileira ter de dar muitas explicações ao fim do surpreendente empate por 0 a 0 com a Venezuela, domingo, na estreia pela Copa América. Também colocaram a equipe nacional em uma incômoda estatística: como o resultado do jogo entre Paraguai e Equador foi o mesmo, o grupo B se tornou o primeiro na história do torneio a terminar a primeira rodada sem nenhum golzinho contando desde o Sul-Americano de 1916, pois passou a se chamar Copa América apenas em 1975.
Para se ter ideia do quanto a situação é rara, nas Copas do Mundo ocorreu somente uma vez. Foi em 1982, na Espanha, quando as partidas da primeira rodada do grupo A, Itália x Polônia e Peru x Camarões, terminaram sem gols.
Desta vez, o mico ficou na mão da seleção brasileira, ampla favorita diante dos venezuelanos em La Plata, enquanto paraguaios e equatorianos faziam um duelo mais equilibrado em Santa Fé.
Alguns indicativos, porém, mostravam que não seria tão fácil balançar a rede. Nos últimos cinco amistosos, o Brasil havia feito apenas três gols dos dez marcados após Mano Menezes assumir o comando técnico, sete foram nos três primeiros jogos. A possibilidade de formar o quarteto ofensivo Ganso, Robinho, Neymar e Pato se tornou esperança para reverter a tendência. Mas, nos treinos em Los Cardales eles vinham criando e perdendo muitas oportunidades, exatamente como ocorreu no primeiro tempo da estreia.
Até agora o treinador apostou tudo em apenas uma formação, tanto que não fez nenhuma mudança no time titular desde o início da preparação. Mas a partir de hoje a segunda-feira foi de folga pretende começar a testar alternativas. "Se os treinamentos mostrarem que será melhor, o que posso fazer é mexer numa coisa", adiantou.
Caso ocorra uma substituição, o favorito para sair é Robinho. Ele participou de oito dos nove jogos sob o comando de Mano, mas foi substituído em sete inclusive no último. E ainda não marcou nenhum gol. Para manter o esquema, a alternativa é o são-paulino Lucas Silva, de 18 anos, que teve o nome gritado pela torcida brasileira no domingo. Caso pense em reforçar o meio de campo, o santista Elano surge como favorito. Ambos entraram no segundo tempo contra a Venezuela e não conseguiram melhorar o rendimento da equipe.
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