A festa estava armada, com o Estádio Nacional lotado e os cerca de 18 milhões de habitantes do país mobilizados em torno da mesma causa. A conquista do título inédito do Chile na Copa América veio neste sábado (4) com uma vitória sobre a Argentina nos pênaltis por 4 a 1 após empate sem gols no tempo normal e na prorrogação.
Enquanto a bicampeã mundial viveu de lampejos ao longo da final, o Chile se mostrou mais agressivo e, embora não tenha sido recompensado em 120 minutos, viu seu esforço no jogo e em todo o campeonato ser recompensado nas penalidades. Higuaín, que mandou para fora, e Banega, que bateu fraco e parou no goleiro Bravo, foram os vilões da equipe visitante.
O resultado deu à seleção do Chile o primeiro grande título de sua história e a classificou para a Copa das Confederações de 2017. Já a Albiceleste segue em um jejum de títulos que dura exatamente 22 anos, desde a Copa América de 1993. Desde então, mesmo contando com Lionel Messi e tantos atletas, o país vibrou apenas com troféus do Mundial Sub-20 e dois ouros olímpicos no sub-23.
O jogo
Em vez de se estudarem nos primeiros instantes da final, as equipes preferiram buscar o ataque, e logo aos quatro minutos de bola rolando a Argentina incomodou. Di María passou por Isla na esquerda da área e bateu cruzado por cima do gol.
A final foi bem servida de goleiros, e Bravo provou isso aos 20. Messi, seu companheiro de equipe no Barcelona, cobrou falta fechado da direita, Agüero resvalou de cabeça e ele, no reflexo, espalmou para o lado.
Por um certo tempo, as chances de gol se tornaram escassas, e as duas que apareceram foram desperdiçadas por Vargas. Aos 23 minutos, o ex-jogador do Grêmio partiu em velocidade pela direita, invadiu a área e chutou por cima. Aos 32, ele pegou sobra de chute de Vidal, demorou a definir e foi desarmado.
Os donos da casa voltaram do vestiário com tudo e tentaram se aproveitar da distração de alguns argentinos. Otamendi deu um presente para Sánchez, que disparou pela direita e cruzou na segunda trave até Vidal. O jogador da Juventus escorou de cabeça, e Romero pegou firme.
Aos poucos, porém, a Albiceleste foi entrando na partida e criando suas oportunidades. Em uma delas, aos 12, Lavezzi cobrou escanteio da esquerda, e Otamendi subiu com espaço, mas cabeceou para fora.
Aos 36 minutos, em sobra de mais um levantamento para a área argentina, Aránguiz fez uma bela enfiada para Sánchez, que, sozinho e em condição legal, emendou um sem pulo que passou perigosamente à direita do alvo.
Ainda houve outra grande oportunidade para a partida terminar ainda antes da prorrogação, mas Higuaín não a converteu em gol. Messi fez uma de suas arrancadas clássicas pelo meio e rolou para Lavezzi, que cruzou por baixo. Com pouco ângulo, ‘Pipita’ acertou a rede, mas pelo lado de fora.
Na prorrogação, apenas a seleção chilena levou perigo e em dose dupla. Aos sete minutos, Díaz tabelou com Aránguiz e chutou colocado buscando o ângulo, mas encobriu a meta. Aos 15, Bravo saiu jogando rápido, Mascherano furou bisonhamente e Sánchez partiu livre, mas também arrematou por cima.
Nas penalidades, Messi até fez o dele, mas Higuaín mandou a segunda cobrança argentina nas alturas, e Banega parou em Bravo na terceira. Fernández, Vidal, Aránguiz e Sánchez fizeram sua parte com chutes seguros e deram o título ao Chile.
Ficha técnica:
Chile: Bravo; Isla, Medel, Silva e Beausejour; Aránguiz, Díaz, Vidal e Valdivia (Fernández); Vargas (Henríquez) e Sánchez. Técnico: Jorge Sampaoli.
Argentina: Romero; Zabaleta, Otamendi, Garay e Rojo; Mascherano, Biglia e Pastore (Banega); Di María (Lavezzi), Messi e Agüero (Higuaín). Técnico: Gerardo Martino.
Árbitro: Wilmar Roldán (Colômbia), auxiliado pelos compatriotas Alexander Guzmán e Cristian De la Cruz.
Cartões amarelos: Silva, Medel, Díaz e Aránguiz (Chile); Rojo, Mascherano e Banega (Argentina).
Pênaltis: Fernández, Vidal, Aránguiz e Sánchez converteram (Chile); Messi converteu - Higuaín e Banega erraram (Argentina).
Estádio Nacional, em Santiago (Chile).
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