"Divergências sempre ocorrem, mas não há como negar tudo o que a Vicélia e a Eliane fizeram pela ginástica brasileira. É muito simples falar agora, quando todos estão viajando, disputando competições internacionais, como se nada antes tivesse acontecido".

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O assunto nem era esse, mas Diego Hypólito, como em suas piruetas, mudou o curso da conversa para agradecer a gestão da presidente Vicélia Florenzano e da coordenadora Eliane Martins, que fizeram, literalmente, a Con-federação Brasileira de Ginás-tica sair do porta-malas de um carro, sem a mínima estrutura, para, hoje, ter vários atletas entre os tops do mundo.

Amanhã, ocorre a eleição na CBG que mudará, após 17 anos, o comando da modalidade no país – Vicélia esteve à frente da entidade por cinco mandatos, desde 1991. Na sede da confederação, em Curitiba, representantes das 18 federações com direito a voto decidirão o futuro da ginástica brasileira.

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Na disputa, Marco Martins, presidente da Federação Brasiliense, ex-vice da confederação, e Maria Luciene Cacho Resende, vice-presidente da Federação Sergipana de Ginástica, atual vice da CBG.

São dois estilos diferentes. Mar-co é mais ligado à parte técnica do esporte; Luciene, à administrativa. Mas, independentemente de quem vencer, os desafios serão os mesmos. O principal deles, acabar com algumas rusgas da entidade com as principais ginastas do país, para iniciar com tranqüilidade um novo ciclo olímpico – e nesse ponto todos estão abertos ao diálogo.

Semelhanças também existem nas outras propostas. Maior apoio aos clubes, efetivar Irina Ilyaschen-ko (que era assistente de Oleg Ostapenko) como treinadora, manter a seleção permanente... Na verdade, não há muito que inventar. E a manutenção do que vem sendo feito, principalmente nos projetos de base, também é unânime. Assim, nas poucas dúvidas que sobram, está o que se fazer com o Centro de Excelência, que hoje fica em Curitiba.

Aí, uma divergência. Enquanto Martins quer levar os equipamentos para outra cidade, Luciene admite deixá-los na capital paranaense e começar a criar novos centros em outras cidades – já a sede da entidade irá para o estado natal do vencedor.

Enquanto acompanha o pleito, Vicélia aproveita os últimos dias como mandatária. Espera cumprir o calendário nacional (que termina hoje, com a última etapa do Circuito Caixa) e internacional (a superfinal do Mundial, em Madri, dia 13 e 14). Na eleição, diz não pender para lado nenhum. E deixa, no fim, uma reflexão sobre como se sente com a proximidade de deixar o cargo.

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"É como emancipar um filho. Você chora, você ri e você reza", afirma. Depois explica: "Choro pela separação. Rio pois tenho o sentimento do dever cumprido. E rezo para o sucesso e a felicidade de todos".