Melbourne - Como manda a tradição do GP da Austrália, aconteceu de tudo ao longo das 58 voltas na prova do circuito Albert Park. Ao contrário do GP do Bahrein, no último dia 14, o que não faltou ontem foi emoção. O horário da largada, 17 horas, correspondia aproximadamente ao da chuva prevista pela meteorologia.
No grid, ainda, os pilotos substituíram os pneus de pista seca pelos intermediários, já que a chuva não era intensa. Na primeira freada, Alonso, da Ferrari, terceiro, ficou espremido entre Jenson Button, McLaren, quarto, por dentro da curva um, e Michael Schumacher, Mercedes, sétimo no grid, por fora. Sem espaço para os três, a roda dianteira esquerda de Button tocou na lateral da Ferrari e Alonso rodou. Caiu para a 18.ª colocação. Na confusão, Schumacher também danificou o aerofólio dianteiro da Mercedes e foi para o box substituí-lo. Isso o faria desaparecer da disputa pelas primeiras colocações.
Um pouco mais para a frente, na primeira volta ainda, Kamui Kobayashi, da Sauber, perdeu o aerofólio dianteiro, depois de um toque que não soube explicar em quem, e seguiu reto na curva 6, atingindo em cheio, em alta velocidade, Nico Hulkenberg, Williams, e Sebastian Buemi, da Toro Rosso. Por muita sorte ninguém se feriu e o safety car entrou na pista.
Na sexta volta, Jenson Button, da McLaren, que era o sexto, arriscou tudo e trocou os pneus intermediários pelos de pista seca. "Achei que havia sido um erro catastrófico no começo, pois quase rodei dentro dos boxes ainda", disse. Seu ritmo, contudo, passou a ser na volta seguinte o melhor, tanto que nas duas passagens seguintes todos fizeram o pit stop também.
As lutas aconteciam em praticamente todas as colocações, tornando a prova espetacular. Alonso ganha posições a cada volta, Lewis Hamilton, da McLaren, que largara em 11.º, dava um show de competência, voando na pista. Lá na frente, Sebastian Vettel, da Red Bull, mantinha-se em primeiro, sem dificuldade, seguido por Button, o excelente Robert Kubica, da Renault, que saiu da nona colocação no grid, Rosberg e Massa.
Pouco depois da metade da corrida, algumas equipes chamaram seus pilotos para o segundo pit stop, já que a maioria havia realizado o primeiro ainda na oitava volta e usavam os pneus macios.
Rosberg, Hamilton e Barrichello saíram dos seus carros em quinto, sexto e oitavo criticando seus times pela decisão de chamá-los para a troca de pneus. Kubica, em segundo, Massa, terceiro, e Alonso, quarto, mesmo mais lentos por não substituí-los, conseguiram manter-se na frente de todos em razão das dificuldades de se ultrapassar nos 5.303 metros do traçado.
"Parada desnecessária", definiu Rubinho. Já Hamilton disse que, sem o segundo pit stop, poderia ter feito uma dobradinha com Button. Schumacher? Apenas o 10.º e nova derrota para Rosberg. "Não podem cobrar nada de mim. Minha acabou na primeira volta", reclamou.
Alonso foi quem melhor definiu a prova: "Pelo menos agora vão dar uma trégua de umas duas corridas antes de voltarem a falar de falta de emoção na Fórmula 1."
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