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Atualizado às 19h33

Em entrevista à rádio CBN Curitiba, na manhã desta quinta-feira, o ex-árbitro José Francisco de Oliveira, o Cidão, afirmou que o "Bruxo" do esquema de corrupção na arbitragem é o diretor administrativo da Federação Paranaense de Futebol, Johelson Pissaia. Direto de Londres, na Inglaterra, Cidão foi firme nas declarações. "Eu não sei o bruxo dos outros, mas o meu bruxo é o Pissaia", afirmou o ex-árbitro.

O auditor do Tribunal de Justiça Desportiva (TJD) que investiga o caso de corrupção, Otacílio Sacerdote Filho, também participou da entrevista e fez perguntas para o Cidão. De acordo com Sacerdote Filho, a declaração do Cidão já é suficiente para indiciar o dirigente da FPF Johelson Pissaia, "pois há fortes indícios da participação dele", explicou o auditor.

"A declaração do Cidão foi bombástica e ele confirmou dados que eu já sabia. Não há provas contundentes, mas tem elementos suficientes para ele ser indiciado, nos bastidores todo mundo falava esse nome (do Pissaia), mas ninguém tinha coragem de botar no papel", esclareceu Sacerdote Filho.

A resposta

Na tarde desta quinta-feira o diretor administrativo da FPF, Johelsson Pissaia concedeu entrevista coletiva à imprensa. "Jamais participei da escolha de árbitros. Quem escala árbitros são os integrantes da Comissão de Arbitragem. Recebo as escalas prontas na minha mesa por voltas das 17h, assim como todos os outros funcionários da entidade", disse.

De acordo com as declarações de Pissaia, o que motivou as denúncias de Cidão contra ele foi uma mágoa pessoal. "Minha filha foi para a Inglaterra no ano passado. Como não conhecia ninguém por lá, e a mulher de Cidão residia no país, ela se hospedou por três dias na casa da família", afirmou.

Quando aconteceu o caso do gol que não existiu, e que Cidão validou – na partida entre Atlético e Império válida pelo Campeonato paranaense deste ano – Pissaia disse que Cidão queria que ele o defendesse por gratidão. "Pelos favores que fez à minha filha, esperava que eu interviesse em favor dele após o episódio do gol inexistente, mas isso não aconteceu".

Pissaia lembra as únicas vezes em que recebeu dinheiro das mãos do ex-árbitro. "A primeira vez minha filha mandou 500 dólares que sobraram da viagem pelo Cidão. A segunda remessa foi de 500 euros que ela acumulou trabalhando como fisioterapeuta. Essas foram as duas únicas vezes que recebi dinheiro das mãos de dele", argumentou.

Agora o diretor afirma que vai se licenciar do cargo por alguns dias. Além disse, Pissaia afirma que entrou com queixa-crime no 6º Distrito contra Cidão. "Ele irá responder criminalmente pelas acusações que está fazendo. Já entramos através do Ministério da Justiça com uma carta rogatória para que ele venha depor no Brasil", disse Vinícius Gasparini, advogado de Pissaia.

Relatório final

Com as novas denúncias, o inquérito vai ser concluído na tarde desta sexta-feira com o indiciamento de todas as pessoas que foram citadas durante as investigações. Depois o relatório será encaminhado para o presidente do TJD, Bortolo Escorsim que levará ao promotor de justiça, este último decidirá se vai denunciar ou não os indiciados.

Como os crimes vão além da natureza desportiva, a continuação das investigações deve ser na justiça comum. No início da próxima semana, o presidente do TJD irá convocar uma coletiva para tornar público todos os indiciados do inquérito do mensalão do apito.

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