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César Cielo experimentou várias fórmulas diferentes de nadar os 100 m livre até achar o caminho ao pódio olímpico.

Ontem, o nadador se tornou o primeiro brasileiro a conquistar uma medalha individual na natação desde Atlanta-1996. Levou um bronze, na mesma raia oito em que Fernando Scherer havia conquistado o seu 14 anos atrás.

O último pódio da natação do Brasil em Olimpíadas havia sido o bronze do revezamento 4 x 100 m livre, em Sydney-2000.

Em Pequim, para pôr no pescoço a medalha, Cielo teve de aprender algumas lições. A primeira foi que pode nadar melhor se acordar mais tarde. Nas semifinais, seguiu tradição do campeonato universitário dos EUA e pulou na piscina perto das 6 h, no horário de Pequim. Só nadou por volta das 10 h.

"Eu nadei os 100 metros quatro vezes, a cada prova fui experimentando algo novo. Da outra vez, fiquei muito tempo acordado. Na final, acordei quando pulei na água e deu aquele choque, cerca de uma hora e meia antes de competir."

A estratégia de Cielo foi passar a metade da prova "bem relaxado". Cumpriu a distância em 22s74, o terceiro melhor tempo, atrás do francês Alain Bernard e do australiano Eamon Sullivan, respectivamente ouro e prata nos 100 m livre.

"Se o meu (desempenho) bem relaxado está entre os primeiros, foi ótimo. Nos 50 m (final a ser ainda disputada) não tem como segurar. Tem de fechar a respiração e ver no que dá", declarou o medalhista.

Nas análises dos vídeos de suas provas, o biomecânico da seleção, Paulo César Marinho, também percebeu que, nos últimos 25 metros, o nadador não mantinha o ritmo das braçadas e ficava para trás. Para a disputa da medalha, ele deixou de se preocupar em manter a força e se preocupou em girar mais o braço. Chegou tranqüilo.

Como parte da preparação olímpica, Cielo foi incluído na "tropa de elite" da seleção brasileira de natação, que recebeu verba para treinamentos e competições no exterior.

O brasileiro treinava na Universidade de Auburn, nos EUA, onde de tornou o maior velocista do universitário local. Levava uma vida totalmente pacata, com direito até a cláusula em contrato para evitar namoros.

Depois do Pan-07, decidiu se tornar profissional. Seu empresário é Scherer. Cielo estuda propostas de Itália e Austrália e vai virar cidadão italiano.

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