Falta de concentração. Para diretoria e comissão técnica, esse é um dos motivos pelos quais o Coritiba perdeu quatro partidas seguidas e entrou em crise. A solução encontrada é deixar 31 jogadores concentrados num hotel em Pinhais (região metropolitana de Curitiba) durante toda a semana que antecede a partida de sábado, contra o Botafogo.
Por cinco dias, a única paisagem diferente observada pelos atletas será a do caminho entre o CT da Graciosa e o local de hospedagem. O período de isolamento começou ontem à noite e vai até sexta-feira, quando a delegação embarca para o Rio de Janeiro.
O técnico interino Lopes Júnior acredita que esta é a melhor forma de extrair o máximo do elenco. "Com alimentação e repouso na medida certa, podemos dar uma carga de treinamentos mais forte. Se tudo for adequado na vida do jogador, lógico que ele vai render melhor. É assim com qualquer profissão", explicou.
Conscientes de que estão devendo, os jogadores não ousaram reclamar. A impressão é de que a maioria do grupo entendeu que o isolamento vai blindar um pouco a equipe contra as pressões de fora do clube. "Na concentração esquecemos um pouco as preocupações. Podemos pensar apenas no Coritiba e deixar de lado os problemas extracampo", disse o lateral-esquerdo Ricardinho, um dos maiores fãs do videogame, passatempo preferido dos boleiros para vencer o tédio.
Na lista dos jogadores relacionados para o regime controlado, chamam a atenção quatro nomes: os atacantes Renaldo e Tiago, o lateral Rubens Júnior e o goleiro Vizzotto. Depois de períodos de afastamento, eles foram reintegrados ao elenco a partir do treino de ontem.
A primeira informação do departamento de futebol era de que Renaldo e Tiago fariam trabalhos técnicos especiais no CT da Graciosa de sábado até hoje e apenas amanhã retornariam ao convívio normal. Rubens Júnior e Vizzotto, que estavam afastados há mais tempo, também receberam a anistia. Todos podem até ser aproveitados na próxima partida.
"Esse trabalho diferenciado já era algo planejado. A partir de agora estamos contando com os quatro para nos ajudar na seqüência do campeonato", afirmou Júnior, que inevitavelmente foi questionado sobre a ausência, principalmente de Renaldo, no Atletiba. "Acho que foi a atitude correta. O Marcelo (Peabiru) foi muito bem", respondeu o treinador.
Tudo o que ele não quer é ter de se explicar mais tarde também sobre o assunto "concentração". Uma vitória sobre o Botafogo possivelmente renderia elogios à decisão de isolar o elenco. Mas ele sabe que não será igual em caso de derrota. Hoje mesmo já teve quem resgatasse a famosa frase de João Saldanha sobre o tema: "Se concentração ganhasse jogo, o time da cadeia ia ser campeão do mundo".
Julgamento do Marco Civil da Internet e PL da IA colocam inovação em tecnologia em risco
Militares acusados de suposto golpe se movem no STF para tentar escapar de Moraes e da PF
Uma inelegibilidade bastante desproporcional
Quando a nostalgia vence a lacração: a volta do “pele-vermelha” à liga do futebol americano