Foi com Luís Fabiano, aos 19 minutos do segundo tempo da partida contra o Uruguai (21/11/2007), que a seleção brasileira marcou seu último gol pelas Eliminatórias da Copa de 2010 jogando dentro de casa. Um jejum de 329 dias, ou 296 minutos (o equivalente a quase cinco horas), ampliado ontem, com o empate por 0 a 0 contra a Colômbia, no Maracanã.
A partida seguiu o que já se tornou um roteiro comum nas partidas da seleção de Dunga no país. O time joga mal e não balança a rede; a torcida pede a cabeça do treinador e termina o jogo aplaudindo o adversário. E os rivais estão cada vez mais abusados. A Argentina, primeira oponente na série de três 0 a 0, atacou pouco no duelo de junho, em Belo Horizonte. A Bolívia, então lanterna das Eliminatórias, teve a melhor chance de gol na partida de setembro, no Engenhão. E ontem os colombianos foram melhores durante boa parte do confronto no Maracanã.
Com o novo empate, o Brasil segue a passos de tartaruga sua caminhada rumo ao Mundial da África do Sul. Graças à derrota da Argentina para o Chile, assumiu a vice-liderança, com 17 pontos. Já vê de luneta o líder Paraguai, que soma 23. A equipe só volta a campo pelo classificatório em março do ano que vem, contra Equador e Peru. Antes disso, enfrenta Portugal, em jogo amistoso marcado para novembro, em Brasília, e em outro duelo não oficial, em fevereiro de 2009, marcado para Londres, mas sem adversário definido.
Ninguém sabe se Dunga estará à frente da equipe até lá. Mais uma vez a falta de habilidade do treinador em lidar com os craques e tirar o máximo deles ficou evidente. Afastado da equipe havia mais de um ano, Kaká pareceu ter deixado seu bom futebol cravado no cimento da calçada da fama do Maracanã, onde gravou seus pés na terça-feira.
De Robinho, a torcida só viu uma demonstração de arte: a série de dribles contra o Equador, no ano passado, imortalizada em um painel de fotos no estádio. O atacante pouco produziu, embora tenha perdido uma boa oportunidade, defendida pelo goleiro Julio, no segundo tempo. Na etapa inicial, o arqueiro colombiano também havia parado um bom cabeceio de Juan. As únicas boas chances do Brasil no jogo.
Talvez a má atuação de ontem faça Dunga tirar mais uma vez da geladeira Ronaldinho, enfiado goela abaixo do treinador na Olimpíada e preterido na rodada dupla das Eliminatórias, justamente no momento em que o dentuço começou a mostrar serviço no Milan.
Possivelmente prevendo mais uma exibição ruim da seleção, a torcida carioca voltou a abandonar a equipe. Diversos clarões podiam ser vistos na arquibancada do Maracanã, repetindo em escala menor o fiasco do jogo com a Bolívia, quando ingressos foram distribuídos na região em que fica o Estádio Engenhão. Pelo futebol apresentado ontem, nem de graça tem valido a pena ver o time de Dunga jogar.
* * * * * *
No Rio
BRASIL
Júlio César; Maicon, Lúcio, Juan (Thiago Silva) e Kléber; Gilberto Silva, Josué, Kaká e Elano (Mancini); Robinho (Alexandre Pato) e Jô. Técnico: Dunga.
COLÔMBIA
Julio; Zúñiga, Yepes, Perea e Armero; Guarín, Vargas, Bedoya (Aguilar) e Toja; Quintero (Moreno); Rentería (Ramos). Técnico: Eduardo Lara.
Estádio: Maracanã. Árbitro: Rubén Selman (Chile). Amarelos: Bedoya, Rentería e Vargas (C).
Briga de Pochmann e servidores arranha imagem do IBGE e amplia desgaste do governo
Babás, pedreiros, jardineiros sem visto: qual o perfil dos brasileiros deportados dos EUA
Crise dos deportados: Lula evita afronta a Trump; ouça o podcast
Serviço de Uber e 99 evidencia “gap” do transporte público em grandes metrópoles
Deixe sua opinião