A Copa das Confederações tem seu pontapé inicial amanhã, em Brasília, quando a seleção brasileira enfrenta o Japão. Um dos astros da partida, o atacante Neymar teve seu valor de mercado avaliado como o mais alto do torneio: R$ 191,4 milhões. Dito de outra forma, o ex-santista equivale a cerca de 27 "Taitis".
Somados, os 23 jogadores da seleção da Oceania valem apenas R$ 7 milhões. A cifra é comparável ao elenco do Paranavaí, rebaixado no Paranaense, ou ao Águia de Marabá-PA, da Série C nacional. Ambos têm elenco avaliado em cerca de R$ 6,9 milhões.
Os problemas são comuns aos três "classes E". O Vermelhinho, por exemplo, tem um orçamento nebuloso. A diretoria ainda se ocupa em saldar uma dívida de R$ 178 mil, que inclui multas da Federação Paranaense de Futebol (FPF) e salários atrasados desde março.
A principal renda do clube, a cota de televisão (R$ 472 mil), foi retida pela Justiça devido a dívidas mais antigas. Com o rebaixamento à Série Prata, todo o elenco foi dispensado. O presidente do ACP, Nivaldo Mazin, resume a situação. "Vamos ter de montar quase toda a equipe com os jogadores da base", diz.
A dois mil quilômetros de Paranavaí, outra equipe brasileira passa por aperto. Em Marabá, o time do Águia, vice-campeão paraense em 2010, também foi rebaixado. A nova realidade deve causar um rombo nos cofres e uma dor de cabeça ao presidente do clube, Sebastião Ferreira. "Se na divisão principal a bilheteria já não paga as despesas com o jogo, imagine agora", lamenta o dirigente. Para equilibrar as contas, o clube promove, uma vez por ano, um bingo. "Em 2013, sorteamos uma camionete. A receita que tivemos [R$ 500 mil] foi maior que qualquer outra", conta Ferreira.
Modéstia semelhante é vista na delegação do Taiti. Dos 23 atletas, apenas um (o meia Marama Varihua, que já atuou no Nantes, da França) é profissional. A equipe se prepara para estrear na Copa das Confederações, pelo Grupo B, na próxima segunda-feira, contra a Nigéria, em Belo Horizonte.
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