São Paulo e Corinthians se enfrentam neste domingo, às 11h, pela 25ª rodada do Brasileirão e o horário desperta preocupações para fisiologistas em relação à saúde dos jogadores, que poderão estar expostos a uma temperatura de quase 30°C e tempo seco.
“Esse cenário proporciona um risco grande para a ocorrência de casos agudos de desidratação que podem comprometer não só o desempenho, mas também a integridade muscular e até neurológica dos atletas”, aponta o fisiologista Diego Leite de Barros. “Com um calor cada vez mais intenso, a sudorese gerada para diminuir a temperatura precisa ser ainda maior. Isso favorece um quadro acelerado de desidratação que gera perda não só de líquido, mas também de sais minerais como potássio e sódio.”
A prática é comum no Brasileirão e atende ao interesse do pay-per-view. Além do duelo entre corintianos e são-paulinos, o clássico paranaense entre Atlético e Coritiba também foi neste horário alternativo. Em média, um jogo por rodada ocupa essa faixa.
O fisiologista Paulo Zogaib alerta que o rendimento em campo pode ser comprometido. Além do risco de desidratação por conta do calor, o médico aponta a possibilidade de o organismo dos atletas não estar acostumado a práticas esportivas no horário próximo do meio-dia.
“Se o atleta está habituado a fazer exercícios físicos em um determinado horário, naquele horário o organismo dele vai produzir determinados hormônios na hora certa”, afirma Zogaib. “Então, o jogador tende a ter uma dificuldade maior em horários em que o organismo dele não está acostumado. É uma situação similar ao que acontece em mudanças de fusos horários. O organismo precisa de certo tempo para adaptação.”
Preocupado com a mudança, o Corinthians mudou o horário do treino da sexta-feira de olho neste elemento do clássico matinal do Brasileirão. “Vai estar muito calor e por isso, mudamos o horário do treino (de sexta-feira) para se adaptar, mas acho que na hora que a bola rola, no 11 contra 11, isso fica para trás”, diz o lateral Guilherme Arana.
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