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Faichecleres: banda agora conta com um novo baixista, Ricardo Junior (primeiro à direita). | Divulgação
Faichecleres: banda agora conta com um novo baixista, Ricardo Junior (primeiro à direita).| Foto: Divulgação

Aos 18 anos de idade, a tenista pernambucana Teliana Pereira colocou o seu nome na equipe brasileira de tênis feminino que irá aos Jogos Pan-Americanos do Rio de Janeiro ao vencer a seletiva Pré-Pan, competição disputada justamente em sua "segunda casa": Curitiba. Com o apoio de uma torcida que a adotou, Teliana venceu as principais tenistas do país, algumas delas com muito mais experiência.

Mas na cidade do Sul do Brasil em que sua família escolheu para morar em 1995, a tenista começou a trilhar um novo caminho, rumo a vôos mais altos. Diretamente de Paris, na França, onde se prepara para quatro torneios na Europa, a tenista pernambucana de nascimento, mas curitibana de coração, concedeu uma entrevista à Gazeta do Povo Online por e-mail.

Em solo francês, Teliana não conta com muito conforto ou luxos, mas sim com a própria força de vontade e com o apoio do coordenador do Departamento de Tênis Feminino da Confederação Brasileira (CBT) e capitão da equipe feminina na Fed Cup, o francês Didier Rayon. "Eu acho que nunca foi feito tanta coisa pelo tênis feminino brasileiro. O esporte nunca esteve tanto na mídia como está agora, ele (Rayon) está fazendo um grande trabalho, nós tenistas só temos que agradecer", afirma Teliana.

Entre os duros treinamentos e o período em hotéis, a tenista procura driblar a falta de apoio e patrocínio ao esporte, que segundo Teliana, dificulta o aparecimento de um novo nome brasileiro dentro do tênis feminino mundial, como foi o caso de Maria Ester Bueno na década de 60. "Eu acho que o Brasil tem boas jogadoras, a única coisa que falta é apoio. Em algumas situações, a dificuldade aumenta pelo fato de estar sempre sozinha nos torneios, falta a força do técnico e também às vezes você precisa treinar algum golpe, e se o técnico não está lá, fica difícil", diz, relembrando algumas passagens da sua curta, mas já vitoriosa trajetória.

Pré-Pan da emoção

Na final da seletiva para o Pan, Teliana enfrentou a experiente tenista carioca Joana Cortez, ex-número 1 do ranking brasileiro, e com campanhas vitoriosas nos Pan-Americanos de Winnipeg e Santo Domingo. Ao voltar no tempo e analisar o confronto decisivo, a tenista não esconde a alegria. "Fiquei muito feliz de ter vencido o Pré-Pan, uma competição de alto nível, com as melhores jogadoras do Brasil. Estavam todas atrás desta vaga, a Nanda (Alves, adversária de Teliana na semifinal) e a Joana. Elas são jogadoras muito experientes, mas eu estava preparada, vinha treinando duro porque sabia das dificuldades".

Morando a maior parte da sua vida em Curitiba, é claro que Teliana não deixou de mencionar a importância de jogar "em casa". "A torcida estava lá presente desde o primeiro dia, me dando forças, e isso ajudou bastante. Só tenho a agradecer a eles pela torcida. Minha família também estava lá me motivando. Meu coração é metade Pernambuco, e metade Curitiba", conta.

Preparação para o Pan e futuro

Em solo europeu, a tenista irá disputar quatro torneios – dois na Itália e dois na França. Todos servirão de preparação para o Pan, e podem ajudar Teliana a alcançar o seu objetivo para o próximo ano: disputar os mais importantes do circuito feminino mundial, podendo encarar nomes como Maria Sharapova, Justine Henin e Serena Williams. "Em 2008 quero poder participar dos grandes torneios. Este ano a meta é terminar entre as 200 melhores do ranking, e no ano que vem quero jogar os qualifyings dos Grand Slams", assegura, confiante, sem esquecer que a maior dificuldade de uma brasileira participar atualmente é a falta de dinheiro pra poder viajar e jogar os torneios.

No total, as quatro competições na Europa irão distribuir uma premiação de US$ 175 mil. Bons resultados nesses torneios podem dar a Teliana Pereira o seu "pé de meia" em busca do Australian Open, de Roland Garros, Wimbledon e US Open, os quatro Grand Slams do circuito mundial.

No Pan, a tenista não promete medalha, porém declara que luta não faltará dentro de quadra. "Podem ter certeza que farei de tudo e mais um pouquinho pra trazer uma medalha. Jogarei com muito coração".

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