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Tóquio – Nem bem terminou a comemoração pela conquista da medalha de prata na Copa do Mundo de vôlei, e o técnico Zé Roberto já estava preocupado. Os meses que antecedem a Olimpíada de Pequim serão difíceis para a seleção brasileira. O Grand Prix, mais desgastante competição da modalidade (disputado na Ásia em meio a muitas viagens), terminará a apenas três semanas dos Jogos.

Voltar ao Brasil para logo depois viajar à China é muito desgastante fisicamente. Por outro lado, a cabeça das jogadoras pode sofrer demais com quase três meses longe da família. A fragilidade psicológica é um dos problemas que o treinador tem tentado sanar no time.

"Foi um ano muito difícil. Precisamos planejar o próximo ano, que terá, inclusive, o Grand Prix. O importante é que o Brasil chegue em condições de conquistar o seu objetivo em Pequim. Tenho sentimento de alegria pela classificação e, ao mesmo tempo, de frustração por não ter sido campeão. Tínhamos time para isso. Mas a Itália está muito certinha e é o time a ser batido", afirmou ele.

Ontem, o Brasil não conseguiu manter o ritmo do jogo anterior, que havia lhe colocado matematicamente na Olimpíada – bastava entrar em quadra diante das anfitriãs para confirmar a vaga. Mas, mesmo com mais dificuldade, bateu o Japão por 3 sets a 1 (25/16, 23/25, 25/ 18 e 25/18), assegurou a prata e igualou seus melhores resultados já obtidos em Copas do Mundo – vice em 1995 e 2003. A Itália foi a campeã, com os EUA em terceiro lugar. Ambos irão à Olimpíada chinesa.

"É sempre difícil jogar com o Japão. As jogadoras não têm altura muito boa, mas atacam de fora e às vezes a bola bate no dedinho de uma brasileira no bloqueio. A entrada da Sassá foi fundamental, equilibrou o passe", avaliou Zé Roberto. A ponta entrou nos três últimos sets e marcou nove pontos. A central Walewska foi a maior pontuadora do jogo (19 acertos).

Além das conquistas da medalha de prata e da vaga olímpica, as jogadoras terminaram a Copa com a sensação de superação após um ano conturbado. O time caiu na final do Pan, novamente no tie-break, depois amargou a quinta colocação no Grand Prix, seu pior resultado com o atual treinador.

Antes dos Jogos do Rio, perdeu Jaqueline, flagrada em antidoping. Após a competição, Zé Roberto cortou Mari, que havia jogado mal e tinha problemas de comportamento.

Na Copa, sofreu duas derrotas marcantes. Perdeu de virada para os EUA após abrir 2 a 0 e fez uma apresentação tão ruim contra a Itália que levou uma bronca pública do treinador. "O ano foi complicado, uma trajetória conturbada. Vamos refletir. Mas me sinto orgulhosa por ser parte desse grupo", disse a ponta Paula Pequeno.

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