O alerta está ligado. Rojões, brigas e feridos mais uma vez desviaram o foco dos campos para a violência. Dois episódios envolvendo torcedores do Atlético e do Coritiba servem de prenúncio de um domingo tenso na Arena Atletiba que vale a taça do Estadual.
Na noite de quarta-feira e na manhã de ontem, o problema das torcidas no estado voltou à tona. Confusão suficiente para elevar a cautela no clássico decisivo.
O primeiro embate ocorreu antes do jogo entre Atlético e Bahia (5 a 0), pela Copa do Brasil. Um ônibus foi invadido e apedrejado na Avenida Sete de Setembro, no bairro Batel, arredores do Joaquim Américo. Também foram usadas bombas caseiras. Torcedores rubro-negros e coxas-brancas, junto com alguns representantes do time baiano, estariam envolvidos.
O tumulto assustou moradores e usuários do transporte coletivo.
A baderna de ontem aconteceu no Couto Pereira. De acordo com o clube, a confusão começou porque integrantes da facção Império Alviverde decidiram furar a fila para garantir ingressos, desrespeitando a preferência de quem aguardava desde o fim da tarde da última terça-feira na Rua Mauá.
"Eles [torcida organizada] foram lá para agitar, coisa que é normal para eles. E aí ficou difícil para organizar a situação", esbravejou o vice-presidente do Coritiba, Vilson Ribeiro de Andrade.
"Fiquei dois dias na fila e vi muita gente fumando maconha, usando cocaína. De madrugada chegaram uns 50 torcedores e começaram a tumultuar. Encresparam comigo e com o meu irmão e nos ameaçaram. Falaram que iam me furar, me pipocar. Ficamos com medo e saímos da fila", contou um torcedor, que não quis se identificar.
Alguns reclamaram dos seguranças que, diante da confusão, colocaram parte dos torcedores para dentro do estádio, onde ocorreu a venda dos ingressos.
"Assim que fecharam os portões, começaram as agressões. Eles xingaram e empurraram os torcedores. Eu vi eles fecharem a porta na mão de uma mulher", contou o gerente de marketing Rodrigo Papov. As críticas também se dirigiram à polícia, chamada para conter o tumulto. Balas de borracha e bombas de efeito moral foram usadas e pessoas ficaram feridas.
O presidente da Império Alviverde, Luiz Fernando Corrêa, o Papagaio, não foi encontrado para comentar o episódio. Em nota oficial, a organizada atribuiu a confusão a "espertões" que furaram a fila e definiu como falho o esquema de atendimento. Segundo o texto, integrantes da uniformizada teriam tentado organizar a fila.
A Polícia Militar, que já temia pela segurança a ponto de sugerir que o troféu não fosse entregue na Baixada em caso de vitória ou empate do Coritiba , tratou os fatos como casos isolados.
"A gente analisa, infelizmente, como alguns indivíduos que acabam prejudicando tanto uma torcida quanto a outra. Às vezes falta maturidade e formação. O Atlético ganhou e mesmo assim deu naquilo. Não é questão de descontentamento da torcida e sim de competitividade que deveria ser só dentro do campo. No Coritiba não tinha como prever que o torcedor sem ingresso iria ficar revoltado e quebrar tudo. A gente não pode interpretar como algo normal", disse o tenente Cristiano Machado, do planejamento do 1.º Comando Regional da PM.
Segundo ele, o esquema para o clássico já foi decidido e será mantido. O total do efetivo não é revelado por motivo de segurança.
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