Diário de Interlagos
Nícolas França, enviado especial
Decepção
Uma pequena televisão virou o centro das atenções no caminho de saída do autódromo no final da tarde de ontem (foto). Tudo por causa da disputa nos pênaltis entre Brasil e Gana pelo título do Mundial sub-20. Até o piloto de Stock Car, Cacá Bueno (de boné azul, próximo à porta), parou para torcer. Mas não deu.
Intrusos
Ao cravar 1min12s314, o espanhol Fernando Alonso, da Renault, foi o mais rápido nas duas sessões de treinos livres realizadas ontem. Atrás dele, o surpreendente suíço Sebastien Buemi, da Toro Rosso, com 1min12s357. Só depois apareceu um concorrente ao título, o brasileiro Rubens Barrichello, da Brawn GP, que marcou 1min12s459.
Quase lá
A imprensa espanhola dava como certo ontem o acerto do brasileiro Bruno Senna, sobrinho de Ayrton, com a Campos, uma das novas equipes na F1 em 2010. O piloto, porém, não confirmou a informação ao aparecer no paddock. "Estou negociando com a Campos e mais duas equipes", afirmou, considerando em 90% suas chances de estar na categoria no ano que vem.
No embalo
A equipe Brawn GP está lucrando com o bom momento de Rubens Barrichello. Apenas para o GP de Interlagos, acertou o patrocínio de duas empresas nacionais, a fabricante de cerveja Itaipava e o Banco do Brasil, além de uma outra espanhola, mas com forte presença por aqui, a seguradora Mapfre.
São Paulo - Possibilidade de chuva de 80%. Ninguém sabe a que hora. É nesse clima incerto que Jenson Button, Rubens Barrichello e Sebastian Vettel, os três pilotos que ainda disputam o título mundial de Fórmula 1, tentarão se colocar hoje nas melhores posições do grid de largada. O treino classificatório no autódromo de Interlagos está marcado para as 14 horas.
Até os carros entrarem na pista, serão inúmeras consultas aos serviços de meteorologia. Com direito a mais um treino livre, às 11 horas, no qual poderão ser testados novos acertos. "O pessoal da equipe fica ligado, consultando as mudanças minuto a minuto", diz Barrichello, sem ter como saber quais pneus usar e impedido de traçar uma estratégia antecipada.
Apesar de precisar de algo diferente para escapar da marcação do inglês Button, companheiro de Brawn GP e líder do campeonato que só precisa administrar a vantagem de 14 pontos sobre ele e 16 sobre o alemão Vettel , Rubinho disse ontem que preferia pista seca o tempo inteiro. "Nesse chove-pára, vira loteria. Deve dar uma grande mexida no grid", afirmou.
O treino livre da manhã de ontem começou com pista seca, choveu por alguns minutos e depois o asfalto tornou a secar. À tarde, garoou na última meia-hora da sessão. "Foi um pouco menos de água do que prevíamos", contou Button, depois de mais uma prova de que, com clima instável, qualquer previsão não é confiável. Ele estava satisfeito por, apesar de problemas com os pneus, ter feito um tempo melhor do que o alemão e ficado apenas 84 centésimos atrás do brasileiro
Se a chuva aliviou ontem, Vettel acredita que ela não deixará por menos até o fim da passagem da F1 por Interlagos. "Estava previsto para hoje (ontem) e não aconteceu. Talvez isso signifique que venha no domingo... Veremos", falou, em tom enigmático, o piloto da Red Bull.
Barrichello não tem dúvidas de que o tempo continuará instável. "Quando começa assim na sexta, deve ficar muito parecido o resto do fim de semana", arriscou o piloto, profundo conhecedor da região de Interlagos desde os tempos do kart.
A estratégia dos demais pilotos frente ao clima também passa a ser fundamental para a definição do título. Afinal, mesmo que Rubinho ou Vettel vençam, terão de torcer para outros carros chegarem na frente do líder do campeonato. Mais rápido da sexta-feira, o espanhol Fernando Alonso, da Renault, é um que pode interferir na briga. "O clima será o fator-chave. É preciso reagir rapidamente a qualquer mudança", alertou, cercado pela imprensa após a ótima performance.
Tanto no treino de hoje, como na corrida de amanhã, tomar a decisão certa será preponderante. "Pode ser como em Silverstone, no ano passado. Lá só eu decidi usar os pneus de chuva e tirei proveito disso", lembrou Barrichello, citando o terceiro lugar em sua melhor corrida na fraca temporada 2008, ainda com o péssimo carro da Honda. "Quando acontece isso, você chega a ficar 10 segundos mais rápido do que os outros", acrescentou.
Para sair em vantagem, ele promete até apelar para a sabedoria da avó, Dona Izaura, moradora há muito tempo do bairro paulistano. "Vou consultá-la para saber o tempo no domingo. Ela sempre sabe sobre isso aqui."
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