Encontrar um novo critério para dividir as cotas de televisão é o desafio que uma comissão do Clube dos 13 começa a encarar a partir de hoje, ao meio-dia. A iniciativa, que conta com a participação de Coritiba e Atlético, foi tomada depois do fracasso da reunião da semana passada, quando propostas de mudança encomendadas pela entidade a duas empresas de consultoria foram rejeitadas pelos clubes. Critérios e porcentagens previstos nos estudos não agradaram aos dirigentes. Na maioria dos casos, equipes que temem perder parte dos valores a que têm direito atualmente.
No primeiro encontro da comissão, as propostas da TNS e da Informídia devem ser analisadas mais profundamente. Apesar de serem tomadas como base, o mais provável é que uma nova fórmula seja criada. "Vamos começar tudo praticamente do zero", adiantou Mauro Hollzman, diretor de marketing do Atlético, que estará no evento. O presidente do Coritiba, Giovani Gionédis, confirma a tendência lembrando que "nenhum dos estudos foi acatado". Segundo ele, a maioria considerou que houve falhas em alguns aspectos, como a análise da visibilidade dos times em função de apenas um campeonato o Brasileiro.
Sem a previsão de acordo, já está descartado repartir os R$ 300 milhões por um novo método ainda este ano. Com isso, os trabalhos iniciados esta tarde em São Paulo têm como objetivo encontrar uma solução para o impasse somente para a próxima temporada.
Os três critérios utilizados pelas consultorias a pedido do próprio Clube dos 13 devem ser mantidos: tradição, exposição na mídia e campanha. A fração correspondente a cada um na divisão é o primeiro problema. De um lado, há os clubes que se apegam ao peso da camisa para exigirem fatias maiores como costumam fazer os cariocas. Do outro, equipes médias e pequenas torcem para que os bons resultados em campo rendam mais dinheiro, para poderem brigar em igualdade de condições com os gigantes do futebol nacional.
O segundo entrave é como calcular cada critério. O que será levado em consideração para eleger o tamanho da tradição de cada time ou como mensurar a participação das equipes na mídia são temas que prometem muita dor de cabeça aos dirigentes. Foi justamente a discordância desses detalhes a principal razão dos estudos encomendados terem sido reprovados. O motivo é simples: ninguém quer que tópicos prejudiciais a suas bandeiras sejam utilizados.
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