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Só agora Atlético, Coritiba e Paraná descobrem a Lei de Incentivo ao Esporte federal e começam a preparar projetos para serem beneficiados pela lei, que pode ser usada como um facilitador para angariar recursos. O Trio de Ferro planeja para este ano propor projetos que serão subsidiados com o apoio da lei. O fazem com dois anos de atraso em relação a outros clubes.

Criada em dezembro de 2006, visando ao fomento de modalidades não profissionais em entidades sem fins lucrativos, a Lei 11.438 permite que empresas destinem até 1% do imposto de renda aos projetos aprovados pelo Ministério do Esporte (ME), um forte argumento para convencer empresários a investir em atividades esportivas.

Falta de conhecimento dos detalhes da legislação, mudanças em seus artigos e a dificuldade de fazer as empresas cederem parte de seus débitos com o Leão para programas esportivos são os motivos alegados pelo Trio de Ferro para tamanha demora.

Mesmo com o atraso, os times paranaenses querem repetir o oportunismo de outras agremiações que perceberam a brecha na legislação: se não poderiam o futebol profissional, poderiam conseguir fundos para outras modalidades e – principalmente – para a formação das categorias de base.

Quem largou na frente foi o São Paulo. Em 2007 teve três projetos aprovados, em que pode captar R$ 13,9 milhões para a construção de um centro de reabilitação esportiva, de arquibancadas, vestiários, estacionamento e alojamento de atletas. Outros dois projetos foram aprovados em 2008 – um para o atletismo e outro para a formação de jogadores –, totalizando R$ 23,4 milhões.

"Os clubes organizados devem aproveitar essa legislação. É o que temos feito. O futebol é o esporte que mais mobiliza a opinião pública e nada mais justo que também seja incentivado. Com a lei auxiliando a base, o clube pode direcionar seus recursos para o futebol profissional", defende o diretor de futebol do Tricolor paulista, João Paulo de Jesus Lopes.

Entre os paranaenses, quem deve ter a primeira proposta efetivada é o Atlético. No final de 2008, encaminhou dois projetos que somam R$ 5,10 milhões. Ambos visam à modernização e adequação do Centro de Treinamento do Caju.

"Tivemos um retorno bastante positivo. Agora vamos buscar parceiros que banquem o projeto para propô-lo oficialmente ainda este semestre", garante a 2ª vice-presidente do Conselho Administrativo do Furacão, Yára Cristina Eisenbach.

Já o Paraná vai focar o esporte amador: aguarda receber o calendário de suas equipes de triatlo, bolão e futsal para encaminhar as propostas ao Ministério. "Precisamos confirmar isso para fechar o orçamento", explica o advogado do Tricolor, Alessandro Kishino. "Para agilizar o processo de captação dos recursos, só vamos encaminhar os projetos quando tivermos os patrocinadores assegurados", diz.

O Coxa, por sua vez, depende da concretização da compra do terreno para a construção do Centro de Treinamento das categorias de base para colocar sua proposta no papel. "A Lei de Incentivo é um ótimo caminho para bancar a construção do CT, mas precisamos saber onde ele vai ser para levantar os custos", diz o coordenador das categorias de base do clube, Mário André Mazzuco.

Mesmo sem um terreno em vista, garante o dirigente, a meta é começar a construção no início de 2010. "Por isso estamos nos organizando para ter um projeto nas mãos do Ministério até o final do ano", afirmou.

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