A polêmica da não transmissão do Campeonato Paranaense 2006 por uma rede de tevê pode acabar às 11 horas, desta quarta-feira. Duas emissoras demonstraram interesse em transmitir o estadual, a Rede Paranaense de Comunicação (RPC) e a Central Nacional de Televisão (CNT).
De acordo com o presidente da Federação Paranaense de Futebol (FPF), Onaireves Moura, ainda não foi definido nada sobre valores e os clubes é que vão decidir se aceitam as propostas ou não. Há possibilidade do campeonato ser transmitido apenas a partir da segunda fase, mas isso ainda está em discussão.
"Temos o interesse de umas tevês e agora vamos passar para os clubes. A Federação não vai decidir nada, fará apenas a intermediação do negócio", explicou Moura que não revelou os valores que estariam em jogo para a transmissão do Paranaense.
As duas emissoras também seguem na defensiva e não falam em cotas para o Paranaense. Em 2005, para ser transmitido o estadual, os clubes receberam R$ 1 milhão. Destes 500 mil foram pagos pela RPC e os outros 500 mil pela TV Educativa.
Mesmo não revelando números, esse deve ser o valor que está sendo negociado para a transmissão do Paranaense. A proibição por parte dos clubes e da FPF da filmagem dos jogos pelas cabines de imprensa, com a imposição das imagens terem que ser registradas dos gramados, também acelerou a conversa para a transmissão do campeonato. O Paranaense é um dos únicos estaduais que não têm seus gols transmitidos em rede nacional.
Na enquete promovida pela Gazeta do Povo Online, 59% dos internautas que participaram, desaprovaram o veto às imagens colhidas das cabines de imprensa.
Capital
Segundo o presidente do Coritiba, Giovani Gionédis, nenhuma proposta das tevês foi feita às equipes. "Os clubes têm que dar uma demonstração de força. Não podemos dar de graça o campeonato", explicou Gionédis, que afirmou que a fórmula do Paranaense não é um empecilho para a transmissão do estadual.
"Falta uma coragem de uma rede (televisão) apostar no produto Campeonato Paranaense. Não é a formula que mata o campeonato, tem que apostar no produto. O povo gosta de ver futebol", finalizou o presidente do Coritiba.
O Paraná Clube também acha que os valores envolvidos na transação não são bons, mas concordará com a transmissão se os outros clubes, Coritiba, Atlético e times do interior, decidirem assim. "Os valores não são bons, mas queremos divulgar e fortalecer a marca do Paraná no estado. Porém, vamos seguir o voto da maioria", explicou o presidente José Carlos de Miranda.
Interior
Na opinião do presidente da Adap, Adilson Batista Prado, há muito desinteresse das emissoras com o Campeonato Paranaense. "Essa situação é uma judiação, até agora não consigo entender como não estão transmitindo o campeonato. Aqui no interior, em Campo Mourão, o assunto é só futebol", explicou Batista Prado que completou, "as tevês precisam rever os conceitos, a partir do momento que estão instaladas no Paraná têm que mostrar o futebol daqui."
De acordo com o presidente, para os clubes do interior o valor justo pela venda de transmissão do Paranaense seria de R$ 2,5 milhões. "Essa é a minha opinião, mas se fecharem em R$ 1 milhão e todos concordarem, nós da Adap também vamos aprovar, pois temos que aceitar a decisão do todo."
Das cotas, o valor destinado para os três clubes da capital é de 12,5%, para as outras 13 equipes o valor é de 4%. A FPF fica com um valor que gira entre 8% e 10%. "Se fecharem com R$ 1 milhão, a Adap vai receber R$ 30 mil pela transmissão do campeonato. Isso não cobre nem um mês da folha de pagamento da comissão técnica", lamenta-se Batista Prado.
Já o presidente do Toledo, Irineu Picinini, tem uma opinião diferente. "O valor das cotas para nós é secundário, para o Toledo o que é bom é mostrar os nossos patrocinadores para o estado inteiro, com isso eles continuarão investindo no clube. O que for definido sobre a transmissão do campeonato, assinaremos embaixo", explicou Picinini empolgado com a possibilidade de colocar o seu time na vitrine do futebol estadual.
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