Ministério do Esporte e Confederação Brasileira de Clubes (CBC) oficializaram nesta quarta-feira (1.º) um repasse inédito para clubes paranaenses que investem na formação de atletas de alto rendimento.
Juntos, Santa Mônica, Curitibano, Sociedade Thalia e Círculo Militar receberam R$ 4 milhões para realizar projetos de infraestrutura e compra de materiais esportivos.
Os recursos vêm da nova Lei Pelé, que destina 0,5% da arrecadação das loterias da Caixa Econômica Federal para investimento em esportes olímpicos e paralímpicos. Sancionada em 2011, a lei aprovou crédito especial do orçamento da União para a CBC.
Até a publicação da portaria que regulamenta a lei, em dezembro do ano passado, a quantia rendeu na poupança e ultrapassou a casa dos R$ 100 milhões.
Após os dois primeiros editais, 16 clubes de seis estados foram contemplados com aproximadamente R$ 23 milhões. De acordo com o ministro do esporte, George Hilton (PRB), a meta é ampliar o aporte financeiro para ajudar a descobrir novos talentos.
“Queremos é que os clubes apresentem projetos. Ou seja, abrimos a porta para que eles possam ter acesso aos investimentos e aí termos atletas sendo formados. Se um clube trouxer um projeto para a CBC e ele for viável, nós queremos estimular. Aliás, queremos que isso seja uma política contínua”, afirmou Hilton, que esteve em Curitiba para o encontro que formalizou o repasse, na sede do Santa Mônica.
Os quatro clubes paranaenses também tiveram projetos aprovados nos editais três e quatro (viagens para participação de competições), sendo que o Thalia teve o sinal verde tanto em investimentos olímpicos quanto paralímpicos. Os próximos dois editais, somente abertos a clubes com certidão negativa de débitos, serão novamente focados em infraestrutura.
Diretor técnico da CBC, o ex-velejador olímpico Lars Grael é o líder da comissão responsável pela aprovação das propostas. E garante agora que vai acompanhá-las ainda mais de perto.
“A fiscalização é feita tanto pelos próprios clubes, como pela CBC, que vai fazer visitas constantes para ver se a aplicação é condizente com os termos do convênio, além dos órgãos de controle federal. Ou seja, dinheiro público tem de ser tratado com seriedade”, fala o medalhista de bronze em em Seul-1988 e Atlanta-1996, ele mesmo forjado em um clube de vela em Niterói, no Rio de Janeiro.
O Brasil teve 87% da delegação ligada a clubes em Londres-2012, número que deve subir em 2016, mas não é a única saída para estimular o esporte de alto rendimento.
“Nossa matriz esportiva historicamente é clubística. Isso é uma virtude, temos de fortalecer, mas também de atuar nos outros campos, como desporto escolar, universitário, militar, ONGs, academias, de forma que tenhamos um sistema coerente”, explica Grael.
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