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A semana que antecede a decisão do Campeonato Brasileiro será longa e um dos assuntos que promete "bombar" é questão da chamada "mala branca", ou seja, um incentivo para que um time consiga um determinado resultado num jogo que já não lhe interessa - caso de Goiás e Atlético Mineiro, que enfrentam São Paulo e Grêmio, respectivamente, os candidatos ao título nacional.

Em Goiânia, são grandes os comentários de que um grupo de empresários gaúchos, torcedores do Grêmio, teria arrecadado cerca de R$ 500 mil para distribuir aos jogadores do Goiás, como incentivo para vencer o São Paulo - o time já teria sido "agraciado" com R$ 200 mil pelo empate com o Flamengo no Maracanã, por conta dos rivais do time carioca na briga pela Libertadores.

Mas o vice-presidente da equipe goiana, Edmo Pinheiro, fez pouco caso dessa possível ajuda financeira. "Isso é apenas fofoca, ninguém me falou nada e não acho que isso possa acontecer no futebol", declarou o cartola. O Grêmio precisa vencer o jogo contra o Atlético, em Porto Alegre, e torcer para que o São Paulo seja derrotado pelo Goiás, no Distrito Federal.

Por outro lado, um dirigente do São Paulo, que pediu para não ser identificado, admitiu que o clube também poderia mandar um incentivo financeiro ao Atlético-MG. Informado dos R$ 500 mil que o clube gaúcho poderia dar ao Goiás, o cartola riu e emendou de bate-pronto: "E se a gente usar o mesmo veneno contra eles? Eles também jogam no fim de semana, certo?" Em seguida, porém, o cartola disse que o São Paulo não gostaria de usar tal artifício para levar o título - se o Grêmio não vencer, o time paulista pode até perder seu jogo.

Por meio de sua assessoria de imprensa, o presidente do Atlético Mineiro, Alexandre Kalil, mandou avisar que qualquer incentivo financeiro por parte de outros clubes será "dinheiro jogado fora". Kalil assegura que o time,já garantido na Copa Sul-Americana de 2009, vai correr em campo para vencer sem precisar de qualquer dinheiro de "fontes externas".

Até na briga pela Libertadores a mala pode aparecer, embora o goleiro Marcos, do Palmeiras, tenha dito que não teme um Botafogo "turbinado" por incentivo de Cruzeiro ou Flamengo no fim de semana. "A gente ouve falar da tal da ‘mala branca’, mas nunca vi nem sei de ninguém que já tenha visto", disse.

O capitão palmeirense poderia ter perguntado a um colega de time: na semana passada, o meia Evandro revelou ter recebido esse tipo de incentivo quando jogava pelo Atlético-PR, ano passado. A "mala branca" foi paga, segundo ele, pelo Goiás para que o time paranaense vencesse o Corinthians, rival na briga para não cair à Série B. O jogo terminou 2 a 2 e, no fim do campeonato, quem caiu foi o Corinthians.

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