O crescimento do pôquer no Brasil, com cerca de 6 milhões de jogadores, tem feito aumentar o mercado de treinadores. Os coachs, como são chamados os especialistas, ensinam jogadores com menos conhecimento a melhorar o desempenho nas mesas e ainda garantem uma boa renda extra.
Daniel Almeida, 29 anos, e Alisson Piekazewicz, 24, são dois desses coachs. Segundo Almeida, um bom treinador, que só se preocupe em jogar, orientar os alunos e estudar, consegue ter aproximadamente 40 clientes por ano, ao custo de US$ 1.000 (R$ 4 mil) por dez horas cada. Ou seja, recebe cerca de R$ 160 mil no ano, R$ 13 mil por mês.
Almeida e Piekazewicz, além de terem os alunos, têm ainda os “cavalos”, que na gíria do pôquer são jogadores que assinam um contrato por um período, recebem treino de graça e são patrocinados para participar de torneios, dividindo os lucros com os treinadores.
“O coaching [dos ´cavalos’ e dos alunos] é uma forma de conseguir pagar as contas sem necessidade de ganhar ou perder o jogo. Por isso a cabeça fica até melhor para jogar”, explica Almeida. O ex-professor de matemática joga cerca de 60 torneios on line por dia e cobra US$ 100 (R$ 400) a hora de coaching.
Piekazewicz cobra US$ 150 (R$ 600) a hora. “É basicamente on line. O jogador manda o histórico de um torneio jogado por ele e eu analiso mão a mão, comentando os erros e o que faria de diferente”, explica.
Há vários tipos de coachings. Os preços variam entre US$ 20 (R$ 60) a US$ 300 (R$ 1.200) a hora. Para ter um avanço real, o aluno precisa fazer no mínimo dez horas de aulas. Mas também há outras opções, como o Sensei Poker, em que os dois profissionais trabalham também. O associado paga R$ 250 por mês e tem acesso a um vídeo por dia de um profissional, podendo mandar perguntas por e-mail.
“Hoje 90% das pessoas que jogam pôquer são recreativos. Para essa pessoa é um hobby, mas por que não ser um hobby lucrativo?”, questiona Almeida. “Já para um jogador profissional o coaching é essencial. Coisas que demorariam muito tempo para aprender sozinho, ele recebe mastigado”, acrescenta Piekazewicz.
Na hora de escolher um treinador, muitos jogadores procuraram aqueles que aparecem mais na mídia por terem vencido grandes torneios. Algo perigoso. “É necessário cuidado para ver se o cara não ganhou um torneio isolado e não tem muita teoria para passar. O mais importante é ir atrás de um feedback de quem teve aula com ele e pegar uma aula para ver o que pode aprender”, diz Almeida.
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