Emerson e García personificam trajetórias de Coritiba e Atlético
Dois jogadores, um do Atlético e outro do Coritiba refletem os caminhos que seus respectivos clubes seguiram ao longo do ano na formação do elenco: Emerson e Santiago García. Enquanto o zagueiro chegou no início do ano por intermédio do empresário Luiz Alberto de Oliveira (dono da L.A. Sports), sem grande esforço financeiro do Alviverde, o atacante uruguaio veio a peso de ouro (R$ 7 milhões), em uma negociação direta com o Nacional do Uruguai já com o Brasileiro correndo a pleno vapor.
Estratégias distintas, que desembocaram na atual situação dos times. A base do Coxa é praticamente a mesma formada em janeiro, sem salários astronômicos, mas com vários atletas ligados a apenas um empresário. No caso do Furacão, muitas mudanças em relação ao Paranaense e veteranos com salários altos, como Cléber Santana e Kléberson. Do provável time do Coritiba para o clássico, todos os 11 têm contratos com o próprio clube. No Atlético, três deles serão devolvidos: Fabrício, Marcelo Oliveira e Wendel. (GR)
Bilheteria
As torcidas já começaram a se movimentar para garantir um lugar na Arena no Atletiba de domingo. Os 2 mil tíquetes (R$ 60) para os coxas-brancas começam a ser vendidos hoje, mas apenas pela internet, no site do clube (www.coritiba.com.br). Somente sócios em dia poderão adquirir as entradas. Já a bilheteria da Baixada será aberta amanhã, às 10 horas, para os rubro-negros. Outro ponto de venda é o CT do Caju.
O Atletiba derradeiro de domingo não vai definir apenas se o Atlético será rebaixado ou se o Coritiba vai para a Libertadores. O que está em jogo, além do aspecto moral, é a readequação financeira dos clubes em 2012, seja para cima ou para baixo. Em uma espécie de dois pesos e duas medidas, o Alviverde tem muito a ganhar e o Rubro-Negro muito a perder.
Em caso de confirmação de rebaixamento do Furacão, a principal fonte de renda, ao menos, será mantida. O novo acordo de direitos de transmissão da tevê, fechado com a Rede Globo para o período entre 2012 e 2015, prevê que o valor de aproximadamente R$ 35 milhões anuais não se altere no primeiro ano na Série B.
Entretanto, receitas com patrocínio de camisa e placas de publicidade devem sofrer retração pela diminuição de visibilidade. O incerto é como o sócio do clube encararia a Segundona. Ainda mais longe da Arena, que será fechada para a conclusão das obras.
"O clube já tem pensado em questões motivacionais para que o sócio permaneça. Alguma coisa será feita, mas o maior atrativo é a grandeza do Atlético. O sócio tem de entender o fator momentâneo [da queda]", comenta o 2.º vice-presidente do Atlético, Henrique Gaede, que garante ainda não ter jogado a toalha.
Um caminho a seguir é o mesmo que outros times trilharam quando foram rebaixados: o coração do torcedor. "O Corinthians, por exemplo, logo que caiu [em 2007], lançou uma camisa que fez um sucesso estrondoso, licenciou muitos produtos e realizou eventos para capitalizar em cima disso. [O Atlético] vai ter de apelar para o amor do torcedor para driblar as dificuldades", sugere o consultor de marketing esportivo, Francisco Kronemberger.
No Alto da Glória, o que vier com a Libertadores é lucro. Só por participar da primeira fase da competição, o clube receberá cerca de R$ 1 milhão foi o que o Santos embolsou neste ano. Nas fases seguintes, o valor aumenta: R$ 485 mil nas oitavas de final, R$ 310 mil nas quartas e R$ 420 mil nas semifinais. No cenário perfeito, o título vale R$ 3,25 milhões o vice leva R$ 811 mil.
O impacto financeiro vai muito além. "De cara já tem a melhora no relacionamento com o patrocinador. E não fica só em [marca na] camisa, mas nas placas no estádio e novas campanhas que o marketing pode criar", explica Kronemberger.
Com muita cautela, o Coritiba prefere pensar nos ganhos com o torneio somente com a classificação garantida. "Representa muito, não só financeiramente como também institucionalmente. Mas só vamos calcular isso a partir do momento em que seja consumado, por respeito ao adversário", diz o membro do G9 alviverde, José Fernando Macedo.
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