Diante da ameaça que os atrasos nas obras do Rio já representam para a Olimpíada de 2016, o Comitê Olímpico Internacional (COI) anunciou ontem uma intervenção na preparação da cidade carioca para o evento. Assim, assume parte significativa do comando das obras.
Em entrevista coletiva em Belek, na Turquia, o presidente do COI, Thomas Bach, revelou uma série de iniciativas para que sua entidade passe a ter um "papel central para coordenar" as decisões do Rio, com a contratação até mesmo de uma consultoria independente que irá avaliar diariamente o andamento das obras.
Nos últimos dias, Bach passou a ser pressionado por federações esportivas que denunciaram atrasos preocupantes nas obras no Rio e pediam até mesmo um "Plano B" para a Olimpíada de 2016. Em uma reunião de emergência, Bach e seus diretores optaram pela intervenção.
O alemão tentou explicar que não se trata de uma medida "unilateral" e que as propostas foram apresentadas na noite da última quarta-feira ao prefeito do Rio, Eduardo Paes. "Ele aceitou a proposta", garantiu Bach. Paes havia declarado que a preparação estava "dentro do cronograma". Indicação rejeitada pelos demais dirigentes do COI.
Entre as medidas está a criação de um comitê organizador formado dirigentes brasileiros, membros do governo e do COI. Outro ponto será a designação de Gilbert Felli, diretor executivo da entidade para Jogos Olímpicos, para viajar de forma regular ao Rio para controlar a situação. Ele tinha uma visita marcada para setembro ao Brasil, mas a viagem foi antecipada para a semana que vem. Três grupos de trabalho serão formados para estudar cada um dos aspectos do evento.
O alemão insiste que a intervenção não será para criticar o Rio ou apontar responsáveis pelo atraso. "Isso não é sobre o passado, é sobre 2016. Temos de olhar para o futuro. E não começar um jogo de culpa. Compartilhamos das preocupações das federações. Uma vez finalizada a cerimônia de encerramento dos Jogos, podemos voltar a essa questão e falar sobre responsabilidades. Mas agora espero que possamos não agir dessa forma irresponsável", resumiu Bach, que foi vago ao responder se garante os Jogos no Rio em 2016. "Faremos de tudo para fazer um evento com sucesso. Por conta disso, aprovamos essas medidas."
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