O Comitê Olímpico Internacional (COI) vai discutir o caso de suborno envolvendo o ex-presidente da Fifa João Havelange e o ex-presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF)Ricardo Teixeira na reunião do comitê executivo em Londres nesta semana.
O COI, no entanto, descartou uma punição contra Havelange, que é ex-membro da entidade.
Um promotor suíço disse, segundo documentos divulgados na semana passada, que Havelange e Teixeira receberam propinas milionárias em acordos sobre a Copa do Mundo na década de 1990 da agora falida empresa ISL.
O atual presidente da Fifa, Joseph Blatter, que também é membro do COI, negou ter conhecimento do caso à época.
"Espero que isso seja discutido no comitê executivo, é claro", disse o presidente do COI, Jacques Rogge, em conferência telefônica nesta segunda.
Ele descartou, no entanto, qualquer punição contra Havelange, que era o membro mais velho do COI quando renunciou ao cargo em dezembro, dias antes de ter de enfrentar uma audiência no comitê de ética da entidade.
Rogge disse que, ao renunciar, Havelange deixou de fazer parte da família olímpica, seja como membro ou como membro honorário.
"O senhor Havelange não é mais um membro e ele não está mais sujeito às regras do COI... O senhor Havelange renunciou como membro e não é elegível para se tornar membro honorário."
A ISL vendia os direitos comerciais para transmissão da Copa do Mundo em nome da Fifa. A empresa faliu em 2001 com dívidas de 300 milhões de dólares.
Blatter, que está na Fifa desde 1975 e sucedeu Havelange na presidência da entidade em 1998, disse na semana passada que sabia que estavam sendo feitos pagamentos. Ele referiu-se a eles como "comissões" e disse que não eram ilegais à época.
Questionado em uma sessão de perguntas e respostas no site da Fifa (www.fifa.com) na quinta-feira se ele sabia dos pagamentos, Blatter respondeu: "Sabia do quê? Que uma comissão foi paga? Na época, esse tipo de pagamento podia ser até deduzido do imposto como despesa de negócios", afirmou.
"Hoje poderia ser punível sob a lei. Você não pode julgar o passado com base nos padrões de hoje", acrescentou.
Havelange ainda é o presidente honorário da Fifa, enquanto Teixeira renunciou neste ano à cadeira que ocupava no comitê executivo da Fifa. Ele também deixou a presidência da CBF e do comitê organizador local da Copa do Mundo de 2014 (COL).
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