Colônia – Um pouquinho do Brasil estará em cada canto de Colônia. Samba, caipirinha, feijoada, capoeira, tapioca e outros tantos produtos típicos do país poderão ser encontrados na cidade mais antiga da Alemanha, fundada pelos romanos em 50 a.C. Menos o principal numa Copa do Mundo: o futebol brasileiro.

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A seleção passará longe da capital verde-amarela no país do Mundial. Nenhum dos confrontos dos pentacampeões acontecerá perto do maior reduto de seus fãs.

São estimados perto de 30 mil brasileiros na Alemanha durante o torneio – 6 mil donos dos pacotes da Copa. A invasão começa neste fim de semana, com a chegada dos primeiros vôos do país. Só do Paraná partem entre os próximos dias perto de 200 torcedores.

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Para ganhar a briga – de abrigar a legião brasileira – com concorrentes de peso, a cidade apelou à sua maior virtude. Se Berlim é vibrante, Munique é tradicional e Dortmund é industrial (todas palcos do Brasil na primeira fase), Colônia é simpática.

Nenhuma outra cidade precisou fazer tão pouco para se adequar à proposta alemã de mostrar outra feição ao mundo. "A cara mais amigável da Alemanha é a de Colônia", defende Olf Pohl, integrante da comissão responsável por recepcionar os estrangeiros durante o Mundial.

Em números, o Brasil perde para a Inglaterra (a equipe joga na cidade contra a Suécia), de onde se espera a presença de até 100 mil pessoas. Por outro lado, o país ganha na importância. "Apesar de receberemos mais ingleses, nossos visitantes principiais são brasileiros", afirma Pohl.

A idéia é transformar a estada brasileira num cartão de visitas da cidade. Para promover Colônia no Brasil antes da Copa foram gastos 300 mil euros e agora a cidade espera contar com a divulgação natural de quem visitará a cidade.

Köln (em alemão, e forçando bem o "éle") é famosa pelo carnaval, o mais animado do país e com a curiosa abertura impreterivelmente no dia 11 de novembro, às 11h11. Agitada com seus 3 mil bares e restaurantes, a cidade também é chamada de São Francisco alemã, por ter a maior população homossexual do país. A parada gay, realizada em julho, leva uma multidão às ruas.

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Esse clima descolado revela a tolerância como predicado importante da cidade. A aceitação se espalha também para outras raças e nacionalidades. "Aqui é muito tranqüilo. Praticamente não existe racismo. Diferente de outros lugares na Alemanha, como o Leste, por exemplo, onde dá medo de passar em determinados lugares", comentou o brasileiro Régis Silva, há oito anos na Alemanha.

Esse sentimento deve facilitar a acolhida dos brasileiros, vistos como alegres, descontraídos. "É um orgulho para a nossa cidade recebê-los", disse em entrevistas o prefeito Ihge Schirmann.

Para contar com toda essa alegria dos fãs da seleção, Colônia investiu pesado. Só a programação cultural consumiu 2 milhões de euros. Mas garantiu atividades praticamente ininterruptas e presenças de peso. Daniela Mercury, Gilberto Gil e Jorge Ben Jor serão alguns dos representantes do país a agitar a cidade. Folderes e mapas traduzidos para o português consumiram outros 500 mil euros. A cidade nem pensa em prejuízo. Afinal, só com os brasileiros garantiu 38 mil pernoites em hotéis durante o mundial. Num total de quase 12 milhões de euros.