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A Colômbia desistiu de tentar sediar a Copa de 2014. Como a Fifa abriu a vaga só para a América do Sul aumentou a responsabilidade do Brasil. Não há outro candidato. Os encargos são muito sérios e insuperáveis para economias debilitadas e de difícil recuperação.

O Brasil merece sediar uma Copa (a única foi em 1950). O Uruguai foi campeão jogando no Maracanã feito especialmente para o grande evento. A dúvida é: teremos cacife para bancar empreendimento de tamanha grandeza? Será socialmente justo o poder público gastar bilhões de reais enquanto o povo pobre não tem emprego, escola, hospitais, segurança, comida, enfim, dignidade humana? Já foi dito que nenhum estádio, dos muitos que temos no país, tem condições de passar pelo crivo da vistoria da Fifa.

Precisaremos, ao menos, de oito a dez novos estádios, com capacidade diversa, mas dentro dos padrões modernos e atualizados de tecnologia e arquitetura. Só isso? Não. Vias de acesso, transporte de massa, espaços generosos para estacionamento, áreas de circulação, estrutura hoteleira, aeroportos que funcionem de verdade, rodovias e muito mais. Não é pouco. Merecer sediar a Copa do Mundo é uma certeza. Teremos como honrar o merecimento? A razão está acima da emoção. O mundo da modernidade não se contenta com soluções paliativas, passageiras e de eficácia duvidosa.

Aspirações curitibanas

Há 57 anos (na Copa de l950) tínhamos aqui um estádio recém inaugurado e que por muitos anos foi o melhor do Paraná, o Durival Britto e Silva, obra e arte do Clube Atlético Ferroviário, uma das vertentes do Paraná Clube. Sediamos a Copa e não passamos vergonha. Hoje, com as exigências já expostas, estamos longe, muito longe, da legítima aspiração de abrigar jogos de evento de tamanha magnitude. Considero justa e necessária a luta que já estão travando nos bastidores clubes e federação.

O Coritiba, para atingir o rival Atlético, faz uma parceria política com a desmoralizada Federação Paranaense de Futebol. No plano teórico o objetivo de causar dano ao Atlético pode ser alcançado. Impossível é engolir e ter de digerir aliança da mais absoluta falta de credibilidade. O Coritiba deveria ocupar o seu tempo, curto e precioso, para trabalhar no projeto de voltar à Primeira Divisão.

Em cima da hora

Estou concluindo a revisão desta coluna e tilinta o telefone. Com voz embargada, do outro lado, Evangelino Costa Neves, o construtor da maior parte do Couto Pereira e presidente que recuperou a cobertura das cadeiras sociais afetada pela ameaça de desabamento. Não se conforma com a idéia de implodir o Couto e mudar para o Pinheirão. A história de Evangelino se confunde com as conquistas e realizações do Coritiba. Uma única história.

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