Alguns deputados e senadores pretenderam investigar os escândalos do Corinthians. Ficaram no desejo motivado por boas intenções. Faltaram três assinaturas. Foram retiradas por parlamentares pressionados pela Confederação Brasileira de Futebol.
O senador Alvaro Dias denunciou as manobras de Ricardo Teixeira, que não pretendia expor as mazelas do clube paulista, parecidas, diga-se, com outras malandragens que ocorrem no futebol brasileiro. Admito que as pressões são possíveis, é assim que ensina a democracia. O que causa mal-estar é o recuo dos que retiraram suas assinaturas e o gesto permissivo dos que não quiseram apoiar a Comissão Parlamentar de Inquérito. Não é possível imaginar legisladores apoiando a corrupção. Mas o que esperar do Congresso de mensaleiros, negocistas, protetores dos ladrões do dinheiro de ambulâncias e das estripulias de Renan e seus comparsas?
E assim caminha o Brasil, cada vez mais longe das necessidades populares e mais identificado com atitudes e ações que enxovalham o país e o seu povo. O poder de fiscalizar é uma das atribuições do legislativo, que requer coragem, determinação e independência política e moral.
A realização da Copa do Mundo não pode acobertar escândalos e imoralidades. É um preço muito alto, insuportável. Que exemplo desastroso.
Respira, Paraná
Depois da derrota contra o Botafogo, só restou ao Paraná torcer por um empate entre Goiás e Corinthians. A sorte que faltou no jogo do Rio sobrou no placar igual de Goiânia. A sorte foi tanta que até pênalti o Goiás perdeu. O Tricolor pode continuar perseguindo o objetivo de permanecer na Primeira Divisão. Joga com o Santos, em casa, e volta ao Rio para enfrentar o Vasco. É uma disputa emocionante.
Contra o Botafogo o Paraná jogou com valentia e esteve muito perto de fazer o terceiro gol. O time está consciente, bem escalado e convicto das dificuldades. O empate do Goiânia, nas circunstâncias dramáticas de um jogo que parecia decisão de título, renova o oxigênio dos paranistas. É não abdicar da luta e colocar em campo virtudes técnicas, táticas, inspiração e transpiração.
Não é uma situação inédita na vida do Paraná. Já aconteceu sofrimento igual e as coisas aconteceram como o Paraná precisava. Foi em Florianópolis. Enquanto houver um sopro de esperança a ordem é se entregar à luta de corpo e alma. A torcida, em calmaria, tem ajudado, apesar do momento explosivo. Deve ser assim até o final. Força Paraná. Como diz Vandré: "quem sabe faz a hora não espera acontecer".
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