O cenário do Alto da Glória no sábado era simplesmente desolador. O camarote que hospeda os dirigentes estava vazio. Nenhum dos eleitos apareceu para ver a despedida do Coritiba do Campeonato Brasileiro da Segunda Divisão. Confissão de culpa? Receio das manifestações da torcida, previamente anunciadas? Submeter o clube, o time e a torcida ao abandono? Sinalizar a demissão coletiva da diretoria? São hipóteses do colunista.
As explicações serão dadas, espera-se, hoje em entrevista coletiva, cercada de mistério até no horário e local. A torcida esteve em maior número fora do estádio. Dentro, poucos torcedores e muitas faixas pedindo a saída imediata do presidente. Não vi, em tantos e dedicados anos de profissão, nada semelhante. Um cenário de abandono total.
A renúncia
É uma atitude de vontade pessoal. Ninguém é "renunciado". Por se tratar de decisão unilateral, e ninguém sabe o que pensa o ainda presidente do Coritiba, vou formular três suposições.
A primeira: renúncia altruísta, humilde e para oferecer calmaria ao clube. A segunda: para fugir de responsabilidades legais, como fizeram recentemente os mensaleiros do Congresso Nacional. A terceira: sob pressão insuportável, interna e das ruas, pela inviabilidade de conduzir o clube em paz e de acordo com diretrizes estabelecidas com autonomia administrativa e independência política.
Faça a sua aposta, torcedor sofrido do Coritiba. Mas não esqueça que a atual diretoria tem mais um ano de mandato. Aposte e escolha uma das três suposições ou, formule outra, de acordo com a sua opinião.
Conclusão da Arena
Há meses a diretoria do Atlético anunciou o início da conclusão da Arena para o começo de 2007. Confesso que não é apenas um anseio da torcida. Também espero a finalização do Estádio Joaquim Américo. Um marco na vida do Rubro-Negro e do futebol paranaense. Para quem teve a coragem e os dirigentes tiveram de demolir a antiga Baixada e levantar a bela Arena, concluir a obra física é tarefa obrigatória e gratificante. Para o futebol do Atlético, terminar o estádio significa adequar o "pensar grande" às normas regulamentares das competições internacionais. Além, claro, do fortalecimento nacional. Já foram tantas as dificuldades superadas que o futuro imediato também será bem-sucedido.
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