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O título ficou bem encaixado ao futebol praticado pela Es­­panha. Contrariando a burra filosofia que os europeus impuseram ao mundo já faz muitos anos. Marcação implacável, sem piedade dos adversários, tamanha a violência. Os novos campeões mundiais mostraram um futebol de toque de bola e muita classe. O gol do título foi resultado de jogada primorosa da arte de tocar a bola com previsão, culminando com o passe perfeito de Fábregas e conclusão com precisão do excelente Iniesta. O futebol europeu passou a privilegiar a força física e esqueceu que a arte de jogar está no talento individual e nas jogadas coletivas com requinte técnico. O Brasil entrou na dos europeus e o brilho da arte foi sumindo dos estádios. O Santos nos dá uma esperança. Neymar e Ganso já fizeram a torcida chorar de alegria, reação em desuso por aqui.

Na decisão de ontem, vimos uma Holanda jogando pesado, com uma expulsão, sem a tranquilidade dos espanhóis. Dispersiva, em outros momentos esbarrou no extraordinário goleiro Casillas. A Holanda criou uma escola a partir de 1974, mesmo perdendo o título e jogando o futebol mais vistoso da época, mas, na hora de decidir, não alcança o título, o que acontece pela terceira vez.

Considero a Espanha merecedora da conquista porque eliminou a Alemanha, que, para o colunista, mostrou o futebol mais bonito da Copa, com duas goleadas impiedosas sobre a Inglaterra (4 a 1) e Argentina (4 a 0). Só não foi à frente porque não resistiu ao futebol solto dos espanhóis e ao gol misterioso de Villa, de­­pois de três toques da bola nos postes germânicos. A Espanha chegou como uma das favoritas, perdeu na estreia para a primária Suíça. Foi a única, mas alarmante derrota. Uma decepção que os jogos subsequentes trataram de eliminar até alcançar pela primeira vez na história o título mundial. Nada aconteceu por acaso. Há dois anos, a Espa­­nha ganhou a Eurocopa, mostrando ao mundo a evolução do seu futebol e o estilo novo de conquistar grandes resultados.

A grande colônia espanhola de Curitiba está de parabéns, assim como os ibéricos de outras partes do país. Ago­­ra, não só famosos pela arte de assentar pedras e fazer paella, mas, igualmente inédito título de ser a melhor seleção do mundo.

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