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A situação do Paraná é motivo de preocupação. Não apenas dos torcedores fiéis, que ainda existem. Os analistas do futebol paranaense que conhecem o histórico do Tricolor e, especialmente, sabem o que foi a existência do Ferroviário e do Água Verde, as vertentes mais importantes do clube, tem mais condições de analisar a crise atual do clube que nasceu gigante e está ficando cada vez mais debilitado.

O Ferroviário e o Água Verde foram clubes fortes, organizados, administrados por gente séria, vibrante e que nutriram grande paixão pelo trabalho que realizaram. Foram gerações de desportistas devotados ao máximo aos objetivos traçados com competência. O Colorado – sucessor nominal do Ferroviário – foi um fracasso, fruto de uma fusão com Britânia e Palestra sem resultados favoráveis. E um só título conquistado – pela metade –, dividido com o Cascavel, responsável por grande imoralidade e desrespeito aos princípios da desportividade.

Mais inteligente o Água Verde virou Pinheiros, muito mais para mudar o nome e criar uma novidade, tornando-se um clube mais aberto e simpático. O rotundo insucesso do Colorado sepultou o Ferroviário e afastou milhares de torcedores dos estádios além de afastar verdadeiras lideranças do clube e do futebol. Atrás da agregação de torcida e abolir o estigma de clube sem público, o Pinheiros acabou receptivo a uma fusão com o Colorado, o que aconteceu.

Nasceu o Paraná em dezembro de l989, forte em todos os sentidos. Ganhou cinco títulos estaduais consecutivos e depois entrou em cruel decadência. Esgotado o ciclo de títulos e exaurido o grupo de dirigentes capazes, o Tricolor passou a cavar sua própria sepultura. Surgiram os oportunistas, ocupantes do vácuo criado com a aposentadoria, espontânea ou por desalento, de figuras exponenciais, grandes campeões e com vocação vitoriosa.

E aí começa a crise dos omissos infiltrados em todos e tantos conselhos da estrutura administrativa do clube. A situação de hoje não é dc responsabilidade dos atuais dirigentes. A crise foi instalada há anos e contou com a criminosa omissão de dirigentes de todos os escalões, sem coragem para enfrentar com determinação os males disseminados pelos estranhos do ninho, sem apego à história do clube e a vida construída especialmente pelo Ferroviário e Pinheiros. O Colorado não passou de um clube inexpressivo sem originalidade até ao adotar o nome, copiando o apelido do Inter de Porto Alegre.

Os presidentes e seus companheiros que conquistaram os títulos do Paraná poderiam voltar a ajudar o clube e colaborar com os atuais diretores. Seria uma homenagem ao passado e formidável contribuição ao presente.

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