Nas ruas, a voz estridente do povo; no gramado do Maracanã, a excelência recuperada do futebol brasileiro. Fred foi guerreiro, artista com talento. Goleador vocacionado para alcançar as redes adversárias. David Luiz um gigante. Oscar e Neymar, dupla de qualidade comprovada, decisivos nos gols brasileiros. Luiz Felipe Scolari apresentou aos que recriminaram sua escolha a repaginação do trabalho sempre sério e determinado.
Campeão pela quarta vez da Copa das Confederações, o futebol anima o povo do país e recebe o justo aplauso pelo trabalho. O Brasil pode ser melhor na vida pública e no futebol. Resta saber se os destinatários da conquista no campo e dos reclamos públicos saberão conduzir os interesses nacionais com dignidade, sem atos malfeitos, com a cabeça voltada para quem precisa de vitórias marcantes. Brasil campeão. O Gigante Acordou. No campo e nas ruas.
A jogada cerebral de Oscar com finalização de Neymar foi o momento mais sublime do primeiro tempo, em que o Brasil esmagou a Espanha no placar, na tática, no rendimento técnico e coletivo. Não há exagero. O Brasil criou o lance sensacional com a inteligência e a percepção da posição de Neymar pelo garoto Oscar. Hábil, Neymar saiu da posição de impedimento e só depois Oscar deu o passe milimétrico. O selecionado do Brasil arrancou de forma avassaladora. Com menos de dois minutos, os toques de David Luiz, Hulk, Oscar, Neymar e a conclusão de Fred resultaram no gol que fez brilhar, outra vez, o futebol pátrio.
A vitória brasileira na fase inicial era o prenúncio da fantástica exibição dos aplicados comandados de Scolari. No tempo complementar o Brasil voltou aplicadíssimo na marcação e disposto a marcar logo mais um gol. Acertou na estratégia. Outra vez com a presença marcante de Fred nasce o terceiro gol. As dependências do Maracanã tremeram com a aula brasileira. A Espanha, aturdida, desperdiçou um pênalti batido por Sérgio Ramos. Piqué foi expulso por jogo violento. A ex-Fúria estava liquidada.
Homenagem
Enquanto brasileiros e espanhóis esperavam com ansiedade a decisão da Copa das Confederações, Itália e Uruguai ocupavam as atenções de milhares de torcedores na Fonte Nova. Dentro do padrão técnico apresentado na competição, as duas tradicionais seleções campeãs do mundo fizeram uma partida interessante que acabou no tempo regulamentar com um suado empate em dois gols.
Na prorrogação, o mesmo placar. O novo jogo foi para a ingrata decisão por pênaltis e o maior goleiro do mundo, o italiano Gianluigi Buffon, fez a diferença defendendo três tiros diretos da marca do pênalti. Um goleiro extraordinário, maduro, líder dentro e fora do campo, hipnotizou os batedores Forlán, Cáceres e Gargano e garantiu a vitória dos italianos.
Reconheço que fiquei feliz, em homenagem aos meus avós maternos nascidos no Vêneto e que aportaram no Brasil ultrapassando o balanço das águas do Atlântico para serem vencedores aqui, formando uma família de sete filhos brasileiros e um italiano, nascido em Milão e que recebeu o nome de Brasil Ravaglio, advogado fanático pelo futebol.