É indisfarçável a insatisfação dos torcedores com o nível técnico dos jogos já realizados. Nossas esperanças repousavam no Coritiba e no Atlético, principalmente. Do Paraná esperávamos dificuldades. Contratou mais de um time completo e acertar tudo direitinho não é fácil. O técnico precisa de algum tempo e ainda se convencer de que as contratações foram boas. A dupla Atletiba já não pode justificar as más apresentações com o mesmo argumento paranista. São duas equipes que estão usando, basicamente, os mesmos jogadores que encerraram a temporada que passou. Também não há grande vantagem. O Atlético comeu o pão que o diabo amassou para se libertar da zona do rebaixamento. O Coritiba, melhor que o grande rival, permitiu que alimentássemos esperanças de chegar ao grupo dos melhores colocados. Desceu a rampa nas rodadas finais e preocupou a torcida.

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O Atlético é líder de um campeonato fraco. E as vitórias podem ser enganosas. No teste mais sério empatou com o Coritiba jogando um futebol defensivo e sem criatividade.

Muitos argumentam, especialmente os treinadores, que tudo só está começando. É uma meia verdade. Faltam recursos individuais, jogadores de melhor qualidade e a carência ofensiva é desastrosa. As portas para novas contratações necessárias só serão abertas depois da conclusão dos campeonatos estaduais, do Paulista em especial. E aí será uma briga envolvendo vários concorrentes.

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O que mais está agradando – ao menos até agora – são as arbitragens, sempre um problema grave e que neste ano merecem poucas censuras e nenhum juiz ainda foi vetado por descontentes.

Memória do futebol

O Coritiba está cultivando o hábito de homenagear ex-jogadores que brilharam lá pelos altos da glória. Notável iniciativa, Jair Cirino à frente, nesta semana quem recebeu o festivo reconhecimento foi o extra-classe Zé Roberto, que por quase quatro anos defendeu o Alviverde. Participou de grandes conquistas e encantou multidões. Produziu lances maravilhosos.

Entrevistado pelo repórter Kako Mazaneck, disse que a maior emoção que sentiu no clube foi quando o craque Dirceu Krüger voltou a jogar. Kruger passou por dois momentos críticos. Em Londrina fraturou uma das clavículas e em jogo em Curitiba rompeu as alças do intestino em choque com o goleiro adversário. Não se intimidou, recuperou-se e voltou com o talento que marcou sua vida profissional, além do grande caráter de homem. De sentimento refinado, Zé Roberto prestou justa homenagem a Kruger.