Futebol e política eleitoral têm o mesmo nascedouro, o povo. Como esporte mais popular do Brasil, o futebol arrebata multidões, lota os maiores estádios e conduz muita gente ao delírio. É uma manifestação apaixonada de pessoas de todas as classes sociais.

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Eleição também é assim, mobilizando os que estão legalmente habilitados para o exercício democrático do voto e de forma obrigatória. Na Assembléia Nacional Constituinte minha proposta sobre a natureza jurídica do voto não foi aprovada. Defendi o voto facultativo por entender que votar é a materialização de um sagrado direito e jamais de obrigatoriedade legal. É triste, mas tem gente que comparece à urna para não ser punido pela Justiça Eleitoral, pouco importando a qualidade dos candidatos e a plenitude da cidadania que se consagra com o respeito aos nossos direitos.

O dia de ontem foi marcado pelas eleições e pelo vigésimo aniversário da Constituição do Brasil, dois marcos democráticos na vida dos nossos concidadãos. A vitória de Beto Richa mostra que os curitibanos escolheram o caminho certo em busca de novas conquistas, sem demérito para os perdedores. Coritiba e Beto foram arrasadores.

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Coritiba sensacional

A vitória do Coritiba sobre o temido Internacional foi comovente. A goleada, iniciada com vantagem gaúcha, mostrou que o Alviverde tem fôlego para chegar ao G4. Nessa corrida obstinada só o São Paulo está à frente, com cinco pontos de vantagem e com a mesma pontuação do Flamengo, o quarto colocado.

O jogo contra o Inter mostrou mais uma vez a qualidade do tranqüilo treinador Dorival Júnior, inspirador maior das virtudes do time do Alto da Glória. No momento que entendeu certo lançar o argentino Ariel, escalando sua equipe com dois atacantes, o Coritiba cresceu e permitiu que Keirrison obtivesse melhor aproveitamento. Os gaúchos sucumbiram diante de um grande adversário. Coincidência: os adversários de sábado completam 100 anos de fundação no próximo ano e querem ao menos a Libertadores para comemorações festivas.

Pelos seus méritos, o Coritiba está à frente, em grande estilo.

Atlético com sorte

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Do jeito que as coisas estão caminhando, o Atlético vai ficar na Primeira Divisão. Não pelos seus méritos, mas pela mediocridade dos concorrentes que estão na zona do rebaixamento.

A goleada do Santos outra vez deixou o Rubro-Negro exposto por inteiro. Uma equipe fraca. Geninho não tem como arrumar a casa. A fragilidade atleticana é tão grande que "qualquer buraco é uma trincheira nas batalhas sucessivas", como diz o meu neto Luiz Gustavo, simpatizante do time da Baixada por influência do pai fanático. Agora resta ao Atlético matar um leão por rodada para justificar a proteção que está recebendo da sorte. E o leão da vez é o Fluminense, no próximo sábado, na Arena. Reaja, Atlético!