Hamilton, Nico e Carazai; Julinho, Bequinha e Guimarães; Chico, Miltinho, Ivo, Duílio e Ronald. Com pequenas variações foi o time-base do Coritiba de 1960 que começou uma longa história de rivalidade e tradição com o Grêmio de Porto Alegre. A bela história foi iniciada em uma decisão da Região Sul da Taça Brasil, que era disputada por vários clubes em processo eliminatório.

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Coritiba e Grêmio foram os contendores da final sulina em três jogos emocionantes e cuja decisão foi por meio de sorteio: cara ou coroa. A final ficou conhecida como o jogo da moeda e foi disputada no Estádio Olímpico. Em três jogos realizados houve empates sucessivos. Todos em setembro daquele ano. No dia 18, empate por 1 gol no Estádio Belfort Duarte, atual Couto Pereira; no dia 25, em Porto Alegre, os dois finalistas empataram por três gols, sobrando emoção e com os dois empates anteriores foi feito um terceiro jogo para decidir.

Em 27 de setembro, os dois históricos clubes pisaram outra vez o gramado do sempre bem cuidado Olímpico na aguerrida Porto Alegre, sede, mais tarde, de um dos movimentos políticos de maior repercussão nacional. Sob a liderança do gaúcho Leonel Brizola, começou a mobilização pela posse de João Goulart, depois da renúncia inesperada de Jânio Quadros. Jango foi empossado e o Brasil teve uma desastrosa experiência parlamentarista, por exigência dos conservadores e dos militares. Depois, todos sabem, João Goulart foi deposto e se instituiu no Brasil o regime militar.

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No mencionado terceiro jogo, Grêmio e Coritiba empataram outra vez: 1 a 1. A decisão foi definida no sorteio de uma singela moeda e o Grêmio foi premiado pelo acaso, escolheu a face certa e saiu consagrado pelo critério mais burro possível. Sorteio não é revelador de qualidade. Como num jogo de azar.

Nessa época eu dava os primeiros passos como profissional da comunicação social e lembro-me das memoráveis transmissões pelo rádio de Willy Gonser e Maurício Fruet, dois notáveis incentivadores com os quais, para minha sorte, c ruzei no início da minha carreira de cronista esportivo.

Tanta coisa mudou, a começar pela historia que se consolidou. Jogos marcantes entre as seleções estaduais do Paraná e Rio Grande do Sul.

O jogo de hoje, como outros tantos entre Gêmio e Coritiba, tem um gostinho especial. Muita luta, garra e dedicação plena aos objetivos traçados.

A história continua. Os guerreiros são outros, mas a vitória continua sendo a meta superior de coritibanos e gremistas. Quem não tem história não tem o que contar.

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airtoncordeiro@gazetadopovo.com.br